Conjunto de boas práticas que demonstram como a empresa está consciente em relação ao papel em âmbito sociais e ambientais, o ESG foi tema no segundo dia (10/9) da Exposibram 2024 – Mineração do Brasil | Expo & Congresso, que está sendo realizada em Belo Horizonte. O termo, que é uma sigla em inglês “environmental, social and governance” (“ambiental, social e governança”), detalha condutas que devem ser adotadas no processo produtivo tendo em vista esses três pilares complementares.
O painel foi mediado pela diretora de Relações Governamentais e Responsabilidade Social da Kinross, Ana Cunha, que conversou com a Revista Minérios & Minerales a respeito das ações tomadas pelas empresas para cumprir a chamada “Agenda ESG” e os desafios do setor mineral.
“Os desafios são os de sempre. Como setor, de fato, avançamos muito. Se pegarmos a pauta ambiental, por exemplo, sempre falo e repito que o setor mineral é uma referência em melhores práticas ambientais, por uma legislação que favoreceu a isso ao longo dos anos, uma conscientização social e uma necessidade do investidor e de como você vai se posicionar nos mercados internacionais. Há todo um sistema externo que pressiona e a gente respondeu, nas últimas três décadas, com muito sucesso”, comentou Ana Cunha.
Indagada se considera que o avanço do setor mineral brasileiro se deu de maneira rápida nestes 30 anos citados por ela, a diretora de Relações Governamentais e Responsabilidade Social da Kinross fez uma análise do mercado atualmente e o que imagina ser o principal desafio dentro da Agenda ESG.
“Foi rápido (o avanço) porque precisou ser. Como sou aceito pelo mercado se eu não respondo ao que ele está me pedindo? O que eu vejo, hoje, de um grande desafio é que a pauta social avance tanto quanto ambiental. Não é um privilégio do setor mineral, mas é, sim, uma característica, uma vez que tem uma rigidez locacional, porque a gente está dentro de territórios por muitas décadas. E hoje temos um olhar para este território pós-mineração: quando você chega já pensa como será parte de uma construção conjunta, de pensar cadeias e conversões produtivas destes territórios para o futuro. Esse é um grande desafio”, concluiu.
Apontando as práticas para a melhoria da eficiência no uso de fontes naturais, Adriana Valente, gerente de ESG da Nexa Resources, destacou que o recurso hídrico é indispensável não apenas para o setor, mas também para a sociedade, e que projetos para utilização consciente são fundamentais. “É importante ter a medição de dados confiáveis para termos planejamentos mais efetivos e projetos com eficiência comprovada, além de compreender onde estão os gargalos da nossa indústria”, comentou.
À Minérios & Minerales, a gerente de ESG da Nexa Resources, Adriana Valente, citou cases de sucesso da empresa dentro da Agenda ESG, como o trabalho feito em uma unidade do Peru, que vive uma questão hídrica muito crítica em termos de qualidade de água. A unidade de mineração no país que faz captação de água salgada e dessaliniza para utilizá-la no processo. “Desse processo, 92% da água é reutilizada na própria unidade. Você tem uma pegada hídrica muito baixa. É um case de muito sucesso.”, relatou.
No Brasil, a gerente de ESG da Nexa Resources destacou os projetos na parte de descarbonização, como na unidade de metalurgia que substituiu matéria-prima fóssil, no caso de geração de vapor, por uma caldeira à base de biomassa. E citou, ainda, o processo de descarbonização, com uso de combustíveis renováveis em substituição aos fósseis.
“O ESG é muito importante, está no DNA da companhia. A sustentabilidade já está na empresa há muitos anos e o ESG vem para trazer os elementos juntos: do meio ambiente, do social e da governança, para dar uma base mais robusta para tocar projetos e trocar sinergia entre elas”, finalizou Adriana Valente.
Também participaram do debate o sócio e diretor de Mineração e Metais na Falconi, Dennis Alberto de Almeida Glória; o diretor-presidente da Lundin Mining e vice-presidente do Conselho Diretor do IBRAM, Ediney Maia Drummond; o diretor de Assuntos Corporativos e Impacto Sustentável na Anglo American, Ivan Simões; o diretor da AngloGold Ashanti, Othon de Villefort Maia; a diretora do Jurídico ESG e Relações Institucionais da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), Renata Willens Longo Ferrari; a diretora de Sustentabilidade na Samarco Mineração, Rosane Gomes Santos; o gerente geral de Sustentabilidade da Largo Resources, Tiago Mauriz; e o diretor Global de Serviços Técnicos de Mineração (Geologia, Mina e Processo) da Vale, Bruno Pelli.
Últimos Comentários