Empresa aumentou em 35,4% taxa de recirculação de água da planta, eliminou os vazamentos, além de reduzir o retorno de água da barragem e a utilização de água de chuva
Com o objetivo de melhorar os controles de gestão dos recursos hídricos e garantir o uso mais racional da água na planta de beneficiamento UTM II, pertencente a mina Miguel Burnier em Ouro Preto (MG), a Gerdau desenvolveu o projeto “Aumento de recirculação de água na planta de beneficiamento de minérios da Gerdau através de melhorias de processo”, que foi laureado pelo 18° Prêmio de Excelência da Indústria Minero-metalúrgica Brasileira da revista Minérios & Minerales.
Os autores Fábio da Silva dos Santos, técnico de Beneficiamento III, Sara Marta Torres Vieira, analista de Meio Ambiente, Thiago Santos Guedes, chefe de Controle de Processos e Assistência Técnica, conseguiram com o trabalho implementar diversas melhorias no processo, tais como: redução de vazamentos na planta, recirculação de água que seria descartada, otimização do retorno de água da barragem e a utilização de parte da água de chuva no processo.
As ações do programa garantiram um aumento de 35,4% de recirculação de água em 2015 em relação a 2014, o que possibilitou reduzir o consumo de 197.000m3 de água nova, além de reduzir R$ 82.700 com custos no bombeamento dessa água – em base anual.
“A água é um recurso estratégico para o desenvolvimento de uma mineração mais sustentável, além de ser escassa e dotada de valor econômico. A escassez e a poluição dos recursos hídricos são fatores limitantes do desenvolvimento da atividade e a eficiência do uso dos recursos hídricos é importante elemento de competitividade”, destacam os autores do projeto.
Em 2015, a planta de beneficiamento UTM II da companhia alcançou níveis de 82,6% de recirculação da água, reduzindo custos com bombeamento de água nova e permitindo uma mineração mais sustentável.
A baia de clarificação é ponto fundamental para aumentar a recirculação de água na UTM II, pois ela recebe toda a drenagem da planta e ainda capta água de chuva. Com isso, a bomba de captação da baia de clarificação foi repotenciada e utilizada uma segunda bomba em paralelo para maximizar a vazão de água recirculada. Em 2015 a recirculação de água na baia de clarificação foi de, aproximadamente, 40.000m3/mês contra 6.000 m3/mês em 2014. A figura 4 mostra foto da baia de clarificação.
A UTM II gera como rejeito lama com, aproximadamente, 80% passante em 20mm. Essa lama é espessada e o overflow (OF) retorna para o processo como água recirculada e o underflow (UF) segue para a barragem de rejeitos. Reduzir a água que é enviada para a barragem é fundamental para reduzir os custos com bombeamento. No ano de 2015 foram realizadas diversas ações na melhoria da operação de espessamento como: otimização da dosagem de floculante e utilização de floculantes que permitem um maior adensamento da polpa.
Com isso, a concentração de sólidos no UF do espessador saiu de 12% em 2014 para 18% em 2015, o que possibilitou a otimização da recirculação de água na barragem. Houve aumento de recirculação de água na UTM II de 61,0% em 2014 para 82,6% em 2015. Esse aumento de recirculação representou uma redução de, aproximadamente, 197.000m3 de água nova captada para a UTM II em 2015.
Outro benefício está ligado à redução no custo de bombeamento da água. Para uma redução de 197.000m3 de água, a economia foi de, aproximadamente R$82.700. Em um cenário de grave crise hídrica no Brasil, medidas que racionalizem o consumo de água são necessárias para viabilizar os empreendimentos minerários.
Conheça os autores do projeto
Fabio da Silva dos Santos, técnico de Beneficiamento III – Gerdau Mining Americas. Graduado em Tecnólogo em Gestão Ambiental em 2006. Atualmente trabalha com representante ambiental da área de beneficiamento mineral, buscando aprimorar a gestão de água dentro da gerência e apoiando a operação de barragem. Há 9 anos exerce atividades na Gerdau.
Sara Marta Torres Vieira, analista de Meio Ambiente – Gerdau Mining Americas. Graduada em Geografia e Meio Ambiente em 2011 e Especialista em Geoprocessamento e Gestão Ambiental em 2013. Atualmente trabalha como Analista de Meio Ambiente na mineração de ferro, com foco em manutenção da ISO 14001 nas minas de Miguel Burnier e Várzea do Lopes, realiza o atendimento ás condicionantes, requisitos legais e legislações ambientais pertinentes ao processo, além de manter uma rotina de avaliação e controles dos aspectos e impactos ambientais inerentes ao processo.
Thiago Santos Guedes, chefe de Controle de Processos e Assistência Técnica – Gerdau Mining Americas. Graduado em Engenharia Química em 2007 e Especialista em Processamento Mineral em 2012, ambos pela UFMG. Atualmente trabalha como Chefe de Controle de Processos e Assistência Técnica na mineração de ferro, com foco em estabilidade operacional, custo e qualidade, além de potencializar o uso do minério nas áreas clientes.
Leia na íntegra o trabalho “Aumento de recirculação de água na planta de beneficiamento de minérios da Gerdau através de melhorias de processo”.
Fonte: Revista Minérios & Minerales
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