RIO – A Energias do Brasil, controlada pela portuguesa EDP, estuda parcerias com produtores de álcool para viabilizar a entrada no mercado de geração a partir da biomassa. De acordo com Custódio Miguens, diretor vice-presidente da Energias do Brasil, o objetivo da companhia é ter uma carteira diversificada de fontes produtoras e existe inclusive a possibilidade de compra de ativos para que a empresa possa participar do leilão de biomassa no ano que vem. ” Faz mais sentido ter parceria com produtores de etanol, já que não temos experiência no setor ” , revelou Miguens, que participa hoje do 4º Encontro Empresarial Brasil-Portugal, Energia 2007. O executivo também confirmou a meta da companhia de dobrar a capacidade de geração instalada no Brasil. Atualmente, segundo Miguens, a companhia tem no país 17 usinas, entre Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e hidrelétricas, com capacidade de 1.043 MW. Para buscar o objetivo, a Energias do Brasil espera concluir estudos que prevêem a construção de até 21 PCHs e oito hidrelétricas. Além disso, a companhia tem 50% de participação em projeto para a construção de uma termelétrica em Pecém, no Ceará, parceria com a MPX, do empresário Eike Batista. A unidade terá capacidade de 700 MW. Com a conclusão dos projetos, a expectativa da Energias do Brasil é de que a capacidade de produção seja elevada em 2 mil MW. Segundo Miguens, destes 2 mil MW, cerca de 60% deverá ser de PCHs e cada uma dessas unidades terá investimento de R$ 110 milhões por 30 MW de capacidade instalada. Embora afirme que ” nunca fecha a porta ” para projetos de geração, Miguens afirma que o tamanho do empreendimento foi um dos principais impeditivos para a companhia participar da licitação da usina de Santo Antônio – que terá capacidade de gerar 3.150 MW no Rio Madeira – prevista para ocorrer na próxima segunda-feira. ” Havia inconvenientes muito grandes, como o grande número de parceiros necessários, que poderia trazer problemas de governança que nós não gostaríamos de ter. Preferimos nos concentrar em projetos de médio porte ” , afirmou, acrescentando também que Jirau, que terá capacidade de 3.300 MW e deverá ser licitada em 2008, também não está no principal foco da atenção da companhia.
Fonte: Padrão