A retirada de 41 blocos de exploração de petróleo e gás da 9ª Rodada de licitação da Agência Nacional do Petróleo (ANP), após a descoberta do campo gigante de Tupi, não vai afastar o grupo MMX da disputa. Ontem, o presidente do grupo, Eike Batista, foi enfático ao confirmar seu interesse em participar do leilão, marcado para os dias 27 e 28. “Estamos interessados em alguns blocos. Mas, nesse leilão, não vamos fazer parceria com ninguém”, avisou o empresário, ao revelar que também tem interesse nos blocos excluídos pelo governo dessa rodada. “Estaremos lá de novo”, afirmou. Uma das novidades da 9ª Rodada é a participação de grupos de mineração, como a MMX e a Vale do Rio Doce. A empresa de Eike Batista está apta a disputar apenas blocos localizados em águas rasas ou em terra. O interesse é garantir fornecimento de gás para suas atividades no setor de mineração. Batista acredita que o governo agiu certo retirando os blocos. “A Petrobras merece uma promoção por ter descoberto os campos. Acho que a ANP tem de redefinir quanto o governo deve reter dessas áreas. E, depois, chamar todo mundo para participar, porque desenvolver isso requer muito dinheiro.” O empresário comparou o setor de petróleo ao de telefonia antes da privatização da Telebrás. “Hoje, todo mundo aqui tem celular porque a Telebrás foi dividida em várias empresas. Acho que essa área de petróleo está se mostrando tão gigante, tão grande, que o esforço de mais gente ajuda o Brasil”, disse, após participar de um seminário de logística promovido pela Câmara Brasil-Alemanha. Porto O empresário demonstrou durante a palestra estar muito animado com seus projetos no ramo de logística. Entre seus principais projetos está a construção do Porto de Açu, no norte do Estado do Rio. O porto, que terá investimentos de US$ 700 milhões, tem como objetivo viabilizar o escoamento da produção de minério do grupo para a Ásia e Oriente Médio. “Queremos fazer do Porto de Açu um porto de indústria. Além disso, ele vai possibilitar que possam parar lá os supercontêineres (navios de grande porte utilizados pelas mineradoras).” O executivo explicou que o porto terá capacidade para gerar energia, cerca de 6 mil megawatts, que será oferecida às empresas na região. Preço O presidente do grupo MMX já trabalha com um reajuste no preço do minério de ferro de, no mínimo, 30% para 2008. Batista traçou um cenário de demanda aquecida para o setor ao lembrar que falta minério para atender aos pedidos das siderúrgicas, o que tem elevado o preço no mercado spot. “Estou vendo 30% (de alta) como um valor mínimo”, afirmou. Ele lembrou que são as grandes mineradoras – BHP Billiton, Vale do Rio Doce, Rio Tinto e Anglo American – que ditam os preços e que a MMX apenas segue a decisão. “O preço spot (à vista) indica mais para uns 50%, mas, como é uma negociação, vai se definir algo que seja bom para os dois lados. Ninguém quer machucar ninguém”, comentou.
Fonte: Padrão
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