“Olá, me chamo Drielle. Sou Engenheira de Minas, formada na UFBA. Tenho 29 anos e trabalho no setor de planejamento há pouco mais de dois. Atualmente trabalho em uma Mina de Zinco e sou responsável pelo planejamento de curto prazo.

Sabemos que há setores do mercado que são historicamente masculinos, como é o caso da mineração. No entanto, estamos no século XXI e não deveria ser preciso “convencer” as pessoas de que mulheres em negócios como esse é algo em que se vale a pena investir. Contudo, ainda é necessário. Então vamos lá!

Trabalho diretamente com homens e mulheres de diversas áreas: operação, geometalurgia, geologia, sondagem, hidrogeologia etc. Monto os planos de produção mensais, repasso para a equipe operacional e sou responsável também por checar a adequada execução desse plano.

Já notei alguns olhares que me atravessavam no ambiente de trabalho e não há como dizer ao certo se eram julgamentos ou não e, se sim, se ocorreram pelo gênero, pela idade ou ambos. Mas, com o tempo, sei que ganhei o respeito, a credibilidade pelo que faço e a empatia dos demais colegas de trabalho.

Fora do ambiente de trabalho, ainda é possível se escutar comentários como: “Você desce mina? Nossa, cuidado… isso é coisa de homem”. Jura?

Mas, precisamos de vozes que desmitifiquem isso. Como mulher, preciso disseminar um pouco da minha rotina para outras e mostrar que podemos estar em qualquer ambiente de trabalho. Homens, conversem sobre suas funções com outros homens e mostrem que vocês têm muitas colegas de trabalho que são tão boas quanto vocês.

Mulher trabalha em mineração, sim. Mulher planeja, mulher dirige caminhonete e dirige caminhão, mulher opera equipamento, se suja de óleo, coordena e gerencia. E não por ser mulher, mas por ser humano.

Eu posso fazer o que eu quiser e meu gênero não deve ser empecilho.”