Equipamento simples reduz consideravelmente o tempo de troca das mantas de britador da Vale

A Vale apresentou o trabalho “Dispositivo de montagem e desmontagem de mantas para britadores cônicos” durante o VII Workshop Redução de Custos na Mina e na Planta da revista Minérios & Minerales. O projeto, desenvolvido em parceria com a Metso, contemplou o desenvolvimento de uma ferramenta hidráulica, que diminuiu o tempo de troca das mantas dos britadores cônicos da mina de Fábrica, localizada em Ouro Preto (MG) e pertencente ao complexo de Itabiritos da Vale. Além do aumento da disponibilidade da planta, a implementação reduziu a exposição ao risco de funcionários durante a operação de desmontagem e montagem do equipamento.

Antes do projeto, as mantas dos britadores eram trocadas manualmente, com o auxílio de ferramentas (marretas ou torpedos “dão dão”) para aperto e desaperto da porca central. “Essa atividade é extremamente perigosa, com alta probabilidade de ocorrência de acidentes. Além disso, implica diretamente na produtividade da planta”, ressalta Luciano Silva, engenheiro sênior da Vale, durante a sua palestra no evento.


Luciano Silva, engenheiro sênior da Vale

A solução proposta pela Metso foi a aquisição de um equipamento hidráulico (torqueador) capaz de realizar a troca de mantas sem a necessidade das ferramentas citadas. Trata-se de um dispositivo hidráulico de alta pressão, em torno de 700 psi , que consegue fazer a desmontagem da porca que segura a manta do britador.

“É um dispositivo simples, mas que tem papel fundamental em nossas operações. Nesse sentido, estamos sempre procurando aumentar a produtividade e reduzir significativamente a exposição de pessoas ao risco”, ressalta Silva.

A atividade passou a ser feita por apenas por um operador (antes eram necessários quatro funcionários). Com o equipamento, a mineradora reduziu em 75% o tempo para a manutenção dos britadores, diminuindo de oito horas para duas horas – o trabalho de troca das mantas é feito em média seis vezes por ano.

Durante a sua palestra, o engenheiro expôs alguns números da Abram (Associação Brasileira de Manutenção), que mostram que o custo da manutenção representa cerca de 13,5% do faturamento do negócio. Neste cenário, o custo da mão de obra, dentro das despesas com manutenção, gira em torno de 30%. O restante envolve os desembolsos com equipamentos e serviços.

Em relação aos custos não mensuráveis o projeto obteve redução do custo de manutenção (direto e/ou contratos), aumento da disponibilidade física dos britadores cônicos, redução do backlog (otimização da utilização da mão de obra de manutenção).

A mina de Fábrica, pertencente ao complexo de Itabiritos, faz parte da divisão de Ferrosos Sul da Vale. A produção anual da unidade gira em torno de 12 milhões t.

Fonte: Revista Minérios & Minerales