José Mendo Mizael de Souza*
Em uma de minhas “Coluna do Mendo”, fiz um contraponto entre o agronegócio – que, em seus comerciais de TV mostra ser Tec, ser Pop, ser tudo – e a mineração, que, naquela oportunidade, disse ser “essencial e Top”, por sua contribuição, por exemplo, para a indústria alimentícia, para a robótica e para a concretização da tecnologia em geral.
Nesta coluna pretendo, no entanto, ir além e mostrar que a mineração, além de Top, é atual e, também, 4.0.
Neste sentido, não poderia deixar de citar e, principalmente, parabenizar, o Ibram – entidade da qual tive a honra de ter sido, pelo BDMG, o coordenador da comissão organizadora – e 18 das principais mineradoras brasileiras, pela idealização e concretização de um espaço que tende a ser um divisor de águas da mineração brasileira: o Mining Hub, um ponto de encontro da mineração, que tem por objetivo “gerar oportunidades e conexões para diferentes atores da cadeia da mineração”, por meio de programas que tragam soluções inovadoras a desafios vividos pelo setor, nos âmbitos de eficiência operacional, fontes alternativas de energia, gestão dos recursos hídricos, dos rejeitos e resíduos e SSO e segurança operacional.
Os que estiveram presentes na cerimônia de inauguração do espaço físico do Mining Hub em Belo Horizonte (MG), realizada no último 17 de janeiro, puderam ver, de perto, a grandeza do que estou me referindo. Quem, há quarenta, cinquenta anos, poderia imaginar que representantes das maiores mineradoras do país, entre as quais algumas concorrentes – ou potencialmente concorrentes entre si -, representantes do poder público, fornecedores e pesquisadores se proporiam a criar um ambiente sem barreiras ou divisórias, composto praticamente apenas por grandes mesas compartilhadas entre si, com o objetivo de pensar os problemas da mineração e descobrir as melhores formas de vencê-los, juntos.
Diante disso, considero válido concluirmos que a imagem da mineração como um setor arcaico, às vezes artesanal e composto apenas por empresas fechadas em si mesmas é uma ideia completamente ultrapassada, a exemplo do bom e velho amigo nosso, o aparelho de fax. O mundo mudou, as tecnologias evoluíram e a mineração também.
Assim como um aparelho de fax não possui mais quase nenhuma serventia no mercado atual, vez que superado, com louvor, por mensagens via e-mail, armazenamentos em nuvem e transmissões de dados em tempo real, consideramos que todos nós, que construímos a mineração no seu dia-a-dia, deveremos difundir a visão de que igualmente não há mais espaço para uma ideia de mineração alheia às novas tecnologias e ao modo de pensar do século XXI, com suas startups, design thinking, IoT (a internet das coisas), inteligência artificial, machine learning e tantas outras novidades que surgem, hoje, a uma velocidade espantosa.
Nesse contexto é que parabenizo os envolvidos na concepção e instalação desse projeto extraordinário, apresento minhas boas-vindas aos jovens (que me inspiraram e me atualizaram a respeito destes temas para que eu pudesse vir a escrever este texto) – e, também, aos não tão jovens – envolvidos nessa empreitada, que tem tudo para gerar frutos que no momento são ainda imensuráveis e inimagináveis, ao tempo em que, também, convido aqueles que, como eu, às vezes são, carinhosamente, chamados de “dinossauros do setor”, a abraçar essa ideia e, juntos, trabalharmos em prol do desenvolvimento dessa nova mineração.
Se a essencialidade da mineração já é, hoje, evidente para muitos, abracemos também os novos ares que sopram e sigamos em frente, no sentido da inovação, do desenvolvimento tecnológico, da velocidade da informação e, principalmente, da união do setor para a superação conjunta das inúmeras barreiras com as quais ainda nos deparamos no nosso dia-a-dia.
Parabéns, pois, a todos os envolvidos, direta ou indiretamente, com a concretização das ideias acima; ideias e concretização essas que nos propiciarão uma mineração 4.0 e Top!
[themoneytizer id=”24055-19″]
Últimos Comentários