A recente aprovação da futura concessão da Fiol de- fine o cenário para o projeto de ferro da Bamim, que depende da ferrovia para escoar a produção projetada ao mercado global. As obras de acesso ao porto de Bahia Sul também já foram contratadas pela mineradora.
Eduardo Ledsham, CEO da Bahia Mineração (Bamin), acredita que a capacidade de produção nominal do pro- jeto Pedra de Ferro, em Caetité (BA), alcance 18 milhões de t/ano em 2027. A informação foi confirmada durante 11º Workshop Redução de Custos na Mina e na Planta, realizado pela revista Minérios & Minerales nos dias 20 e 21 de outu- bro em Caeté (MG).
A fase 1 já entrou em operação. Inicialmente, foi feito embarque em agosto último de minério de ferro estocado de uma operação feita no complexo em 2015. Em novembro, a planta tinha previsão de começar a operar com capacidade de 1 milhão de t/ano, de acordo com Ledsham. O escoamento dessa produção inicial se dá por caminhão, que leva o minério da planta ao terminal ferroviário em Licínio de Almeida (BA). A fase 1 tem previsão de produção de até 2 a 3 milhões t de minério de ferro em 5 anos. Já a fase 2 do projeto co- meçará a produzir 10 milhões t/ano para em dois anos chegar à capacidade de produção no- minal de 18 milhões t/ano. O escoamento dessa fase se dará pela Ferrovia Oeste-Leste (Fiol), até o porto Sul, em Ilhéus (BA). O executivo indica que a concessão do trecho da Fiol entre Caetité e Ilhéus, já com aval do TCU, possa ser feita ainda no primeiro trimestre de 2021. Com isso, a ferrovia po- derá ser finalizada e colocada em operação.
A Bamin mantém também uma equipe dedicada às obras do porto desde o final de julho. Serão 48 meses de obras no local.
“A planta terá o estado da arte para barragem”, menciona Eduardo. “Estamos trabalhando também para adotar o sistema de filtragem dos rejeitos”. A mina tem dois tipos de minério: hematita e itabirito. O total de recursos da área é de 950 milhões de toneladas, com reservas provadas e prováveis de 530 milhões de tonela- das. Segundo ele, foi investido bastante recurso na miti- gação do risco geológico.
A Bamin acredita que a produção em pequena escala é estratégi- ca para a companhia na viabilização do projeto completo da Mina Pe- dra de Ferro e comprovar a viabilidade do negócio. Serão investidos aproximadamente R$ 40 milhões na implantação da produção inicial entre agosto de 2020 e agosto de 2021.
O Eurasian Resources Group (ERG) detém o controle acionário da Bamin. O Grupo possui um portfólio de ativos de produção e projetos de desenvolvimento em 15 países, abrangendo quatro continentes. A ERG é o maior produtor mundial de ferrocromo de alto carbono por teor de cromo, produtor de porte em minério de ferro, alumina e alumínio e um dos principais players em cobalto e cobre.