Em meio a mais uma semana de turbulência no mercado financeiro e a notícia de que a maior economia da Europa e a terceira mundial também já entraram em recessão, começa hoje, em Washington, a reunião de cúpula sobre Mercados Financeiros e Economia Mundial do G20 – grupo dos países mais industrializados do mundo e as nações emergentes de maior importância global.
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, recebe à noite na Casa Branca para um jantar de boas vindas os líderes dos países que junto com os EUA integram o G20 – África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia. A Espanha também foi convidada para o encontro.
Amanhã, presidentes e chefes de Estado reúnem-se no National Building Museum para discutir saídas para a atual crise. O encontro foi convocado por Bush em meio à quebradeira recente dos bancos americanos e europeus que aumentou ainda mais a volatilidade dos mercados. A cúpula de Washington é a primeira com status político do G20, criado como um foro de ministros da Fazenda e presidentes de bancos centrais em 1999, após a crise asiática, para debater estabilidade econômica.
No final de semana passado, os ministros do G20 reuniram-se em São Paulo para o encontro anual do grupo e aproveitaram para discutir a elaboração de um comunicado comum que será debatido hoje e amanhã. Um dos principais pontos do documento é a sugestão de reforma do sistema financeiro internacional e das instituições multilaterais, como Bird e
FMI.
Depois de fazer uma visita de Estado à Itália, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou ontem em Washington às 20h, horário local (23h em Brasília) acompanhado do ministro da Relações Exteriores, Celso Amorim, e do assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, integra hoje a comitiva brasileira em Washington, juntamente com o embaixador brasileiro nos EUA, Antonio Patriota.
O presidente brasileiro aproveitará a cúpula para realizar vários encontros bilaterais em paralelo às discussões do G20. O primeiro de hoje será com o primeiro ministro da Austrália, Kevin Rudd e em seguida com o premier japonês Taro Aso. À tarde, Lula encontrar-se com o primeiro ministro britânico Gordon Brown, e depois com a presidente argentina, Cristina Kirchner. Amanhã, pouco antes de retornar ao Brasil, Lula terá o último encontro bilateral. Será com o presidente da China, Hu Jintao. Às 17h30 (20h30 em Brasília), o presidente embarca no avião presidencial na base aérea de Andrews com destino a São Paulo.
O Brasil “avalia ser imperativo normalizar os canais de crédito e os fluxos financeiros, a fim de limitar os impactos sobre a economia real. O Brasil também apóia a implementação de políticas anticíclicas, visto que uma recessão aguda traria conseqüências particularmente sérias para os países em desenvolvimento”, conforme o comunicado do Itamaraty.
Em discurso ontem em Nova York, Bush afirmou que a cúpula do G20 “assentará as bases” para reformar o sistema financeiro e será a primeira de uma série de encontros similares. Bush também é favorável a uma modernização do FMI e do Bird e a que as grandes economias emergentes tenham mais peso em suas decisões. O presidente eleito Barack Obama envia dois representantes: a ex-secretaria de Estado Madeleine Albright e o ex-parlamentar republicano Jim Leach.
Fonte: Padrão
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