Com teleoperação, operadores terão um ambiente mais agradável e seguro de trabalho
Tendo em vista que a mineração é uma atividade que necessita continuamente de evoluir e se revolucionar para atingir níveis ótimos tanto de produção quanto de segurança, centros de pesquisa de novas tecnologias, automação e treinamento tem um papel fundamental para o setor.
No Canadá, a Penguin Automated Systems Inc. (Penguin ASI) vem se especializando em buscar métodos de automação de equipamentos utilizando a robótica e conexões sem fio de altíssima velocidade de transmissão de vídeo, dados e voz, para o controle de robôs simples ou múltiplos e equipamentos subterrâneos e de superfície.
A empresa aplica e desenvolve atualmente dois tipos de sistemas sem fio. O primeiro, a rádio, foi projetado para operações telerrobóticas e conta com conexão banda larga de 54 Mbps, permitindo retorno de vídeo completo. Devido à facilidade na instalação de antenas sem fio e estações de controles teleoperacionais, o sistema possibilita a rápida implantação em equipamentos de mineração ou construção. Já o outro sistema sem fio apresenta tecnologia óptica de banda larga com baixa latência, e é mais indicado para operação de equipamentos subterrâneos e submarinos.
Dentre os campos de atuação da empresa, que incluem aplicações militares e espaciais, a mineração se mostra como um dos mais promissores. A Penguin ASI trabalha na robotização da mineração seguindo três etapas.
Sala de teleoperação conta com todas as informações e controles necessários para operar o stacker
Em primeiro lugar é feito o estudo do escopo para definir os pré requisitos da mina para determinar as tecnologias que terão o maior benefício de acordo com o tipo de minério extraído. A segunda fase é a de estudo de viabilidade para a transição de um cenário de mineração tradicional para um padrão de mineração teleoperada (Telemining), identificando áreas onde serão necessários investimentos adicionais de pesquisa e desenvolvimento. Por fim, a implantação dos sistemas de automação de fato.
Recentemente, a mineradora Codelco, no Chile, solicitou duas aplicações do sistema Telemining em suas operações. A primeira será na mina Andina para checar as condições de undercut onde foram feitos testes subterrâneos de reconhecimento, além de mapeamentos diversos.
A segunda aplicação, que deve entrar em operação em 30 de abril desse ano, está sendo desenvolvido para a mina de cobre de Radomiro Tomic um centro móvel de comando para teleoperar a empilhadora (stacker) na área de lixiviação. O centro acomodará um posto de telecomando, cinco painéis de toque para o monitoramento e controle da máquina, três telões para a exibição das 12 áreas de trabalho, câmeras com zoom, pan e tilt montadas em locais estratégicos da empilhadora para fornecer aos operadores todos os ângulos de trabalho necessários.
Com a operação à distância via Wi-Fi, os operadores não necessitarão mais subir até a cabine de controle no alto do equipamento, melhorando a qualidade de trabalho por oferecer um ambiente livre de poeira, gases nocivos, ruídos e vibrações, além de contar com ar condicionado e banheiro. No momento, o projeto é de instalar o centro de controle ao lado da área de lixiviação; no entanto, como ele é móvel, pode ser transportado para outros locais.
Outra empresa que atende ao setor mineral canadense em prol da melhoria de técnicas de trabalho é a Mining Technologies International (MTI) que, além de produzir equipamentos para a mineração, como jumbos hidráulicos e carregadeiras LHDs, mantém uma mina subterrânea para treinamento e desenvolvimento de novos equipamentos e técnicas de perfuração. Nesse local de testes há um poço vertical utilizado como centro de treinamento de funcionários de empresas parceiras e com duas instituições de ensino locais. O site de testes tem por volta de 400 m de desenvolvimento no subsolo, em um túnel de 5×5 m avançando lateralmente em algumas galerias e ainda conta com uma área na superfície para manutenções e ajustes nos equipamentos testados.
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