Entra em operação 5ª linha de beneficiamento em Brucutu

A Vale iniciou a operação em plena capacidade da 5ª linha de beneficiamento de minério de ferro de Brucutu, a maior mina da empresa em operação em Minas Gerais. Com a 5ª Linha e o repotenciamento das instalações da unidade, localizada no município de São Gonçalo do Rio Abaixo, será possível manter a produção em aproximadamente 30 milhões de toneladas por ano de minério de ferro de alta qualidade, além de estender a vida útil da mina. Foram investidos US$ 423 milhões nas obras, iniciadas em 2008.

Ao lado do Projeto Itabiritos, também em Minas Gerais, o Projeto 5ª Linha de Brucutu insere-se na estratégia da Vale de aumentar a produção de minérios de boa qualidade, para reduzir custos em um cenário de queda de preços no mercado internacional. Com as obras, a unidade vai produzir pellet feed, com teor de 68%, e sinter feed, com 63%. À produção da mina, serão acrescidos 9,5 milhões de toneladas, a partir de 2016, o que permitirá manter a meta de 30 milhões de toneladas/ano.

Sem as intervenções, Brucutu teria uma redução de 23% na sua produção de minério de ferro em relação a 2010, quando entrou em operação.

“A conclusão do Projeto 5ª Linha é um marco para Brucutu, porque somado à manutenção da capacidade produtiva, foram criadas alternativas de beneficiamento do minério, conforme as variações do teor de ferro. Saímos de um patamar de 70 mil para 85 mil toneladas por dia na usina de concentração transformando um minério de baixo teor em um produto de alta qualidade e de grande aceitação no mercado”, explica Rodrigo Chaves, gerente de Operações do Complexo das Minas Centrais.

Vale concluiu obras em Brucutu, iniciadas em 2008

O projeto permitiu também maior flexibilidade da usina de beneficiamento, proporcionando melhor aproveitamento do material lavrado (qualidade do RO M) e a diminuição da quantidade de rejeito, uma vez que o descartado para a barragem possui menor teor de ferro. As obras trouxeram ainda outros benefícios, como a geração e manutenção de empregos diretos e indiretos, contratação de serviços e produtos de fornecedores locais, contribuindo para o crescimento da economia da região.

Em sete anos de intervenções, além da 5ª Linha de beneficiamento, foram entregues novas instalações de britagens primária e secundária; realizado o repotenciamento de máquinas de pátio e transportadores de correia; implantado uma segunda retomadora de minério do pátio, um novo circuito de peneiramento secundário e uma segunda moagem.

Luiz Coutinho, líder sênior do Projeto 5ª Linha de Brucutu, conta que, apesar das condições de grande interferência da operação da usina, foi possível concluir o projeto sem ocorrência de acidentes, antes do prazo previsto e dentro do orçamento aprovado.

Itabiritos

O Projeto 5ª Linha de Brucutu faz parte de uma estratégia maior da Vale de aumentar a qualidade de minério de ferro produzido em suas operações em Minas Gerais. No estado, a empresa está desenvolvendo um dos maiores projetos de readequação da indústria da mineração: o Itabiritos. Com investimentos de U$5,5 bilhões na construção e adaptação de usinas de beneficiamento, vai ser possível reaproveitar o minério de ferro de baixo teor que foi estocado em pilhas formadas ao longo das últimas quatro décadas.

O investimento nas tecnologias de processamento irá aumentar o atual volume de produção e estender a vida útil de três minas: Vargem Grande, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, Conceição e Cauê, ambas em Itabira. As obras devem estar totalmente concluídas no início do próximo ano. O projeto vai adicionar 65 milhões de toneladas por ano à produção nominal da Vale. Deste total, 26 milhões representam aumento real de capacidade.

O Projeto Itabiritos consiste em beneficiar minérios pobres com até 40% de teor de ferro e alta presença de contaminantes (sílica e fósforo), os chamados itabiritos compactos, oriundos da área atual de lavra e de pilhas de estoque. No processo, o minério pobre é fragmentado em partículas superfinas. Depois, esse minério é concentrado, por meio do processo de flotação, gerando pellet feed com teor de até 69% de ferro e baixa presença de sílica, tornando-o atrativo ao mercado mundial.

Ao lado dos projetos novos e de expansão que vêm sendo desenvolvidos no Pará, como o S11D, Planta 2 e a mina N4WS, o Itabiritos e a 5ª Linha de Brucutu vão ajudar a Vale a aumentar a sua produção de minério de ferro de boa qualidade a baixo custo. A estimativa é de um incremento de 35% nos próximos quatro anos, passando de 340 milhões de toneladas, em 2015, para 459 milhões, em 2019.

Fonte: Revista Minérios & Minerales