A cotação do ouro em Nova York subiu 10% neste ano, alcançando o maior patamar em quase três anos. Em seis meses, a valorização chega a 20%. Esse movimento ocorre na direção contrária do dólar, que vem perdendo força.

Com a disparada na demanda pelo metal, a pergunta que se faz é: qual seria a razão de tal trajetória?

Em artigo publicado no Valor Econômico nesta terça-feira, 25 de abril, Ruchir Sharma, presidente da Rockfeller International, oferece uma explicação: “Os bancos centrais estão comprando mais toneladas de ouro agora do que em qualquer outra época desde o início da série histórica, em 1950, e respondem atualmente por um volume recorde de 33% da demanda mensal global por ouro”.

Um fenômeno que, segundo Sharma, seria um contraponto ao fato de os Estados Unidos terem abusado das sanções econômicas nas últimas décadas. “Surpreendentemente, 30% de todos os países enfrentam no momento sanções dos Estados Unidos, da União Europeia (UE), do Japão e do Reino Unido – em relação aos 10% expostos a essa situação no início da década de 1990”.

Ele aponta outro fator que pesa contra o dólar: uma corrida de países cujos bancos centrais estudam como lançar sua própria moeda digital. Sharma afirma, no artigo, que o número de países que teria triplicado desde 2020, para mais de 110, o que representa 95% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.

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