Novo método de desmonte agiliza liberação das áreas de lavrae diminui a exposição dos funcionários nas frentes
De acordo com o engenheiro Rodrigo Fideles, Chefe de Produção da AngloGold Ashanti, para se realizar a liberação de um slot de 15 m eram necessários, em média, três dias. Já o processo atual a liberação é feita em apenas um dia. O novo método, aplicado nas minas de Pequizão e Mina 3, deve se estender a todas as minas da unidade Serra Grande.
“Agora, o desmonte é realizado de uma só vez, eliminando as perdas de tempo na liberação dos realces de lavra e reduzindo a exposição do homem dentro de slots. Recentemente, teste realizado na mina de corpo Pequizão alcançou a marca de 90% de assertividade”, ressalta Fideles.
Segundo o engenheiro, anteriormente, em função dos desvios acentuados e da obstrução proveniente de detonações anteriores, vários furos eram impedidos de serem carregados, o que retardava o processo de abertura dos slots e a liberação das áreas de lavra para desmonte.
“A ação variava devido às condições de cada desmonte. Em um slot de 15 m eram necessários em média oito fogos. A quantidade de explosivos utilizada por metro é a mesma. O que alterou é a necessidade de refazer o carregamento e desmonte por causa da ineficiência do avanço quando se carregava de dois em 2 m, o que impactava no consumo de explosivos”, explica.
O modelo de slot utiliza uma linha de furos interconectados e que foram alargados de 5” para 6”. Para assegurar a qualidade na abertura de slot, em apenas uma etapa, foram adotados testes com hastes tubos, novos tipos de bits de diferentes diâmetros e realizada a perfilagem (método que introduz um aparelho no interior dos buracos para medições das trajetórias) para entender o perfil de desvio dos furos. Além disso, foram realizados treinamentos com os operadores do Simba (equipamento utilizado para realização dos furos longos).
“Os resultados alcançados foram expressivos. Com hastes convencionais os desvios medidos chegaram até 2,5 m ao final dos furos, enquanto que, com a utilização de haste guia, os desvios foram, em média, de 30 cm. A perspectiva é de que este projeto seja implantado em todas as lavras ascendentes nas minas subterrâneas da Serra Grande”, comenta Fideles.
Os bits de 3”, hastes tubo guia, hastes T38 e alargadores de 6” foram fornecidos pela Sandvik e Atlas Copco – esta última empresa também é a fabricante do Simba de mesa, com perfuratriz COP 1838, modelo 1354.
“O principal objetivo deste projeto é a redução do tempo de exposição do homem dentro de slots por ser uma atividade crítica e de alto risco. Como o processo ainda é recente, não temos todos as vantagens financeiras contabilizadas, mas é possível observar ganhos expressivos com materiais de perfuração e explosivos”, completa.
E 2014, a produção total da unidade Serra Grande foi de 1,3 milhão t (ROM), sendo 720 mil t provenientes da lavra por sublevel stoping.
Equipamento auxiliana perfilagem dos furos
Este ano, a AngloGold Ashanti passou a utilizar o aparelho Reflex, com o objetivo de identificar possíveis desvios na direção e inclinação dos furos. Os testes com o equipamento, fabricado na Austrália, empresa especializada em equipamentos de perfilagens e direcionamento de furos geológicos, começaram no final de 2013.
O aparelho, que foi essencial para a otimização do novo processo de abertura de slots, é um equipamento digital e magnético, que é usado para medições de trajetórias de furos de sondagem. Sua principal função é mapear a direção e inclinação dos furos, onde os levantamentos são executados em intervalos que podem variar de acordo com a metragem do furo. Para este trabalho, o intervalo entre as medições são leituras a cada 1 m.
“O Reflex auxilia na identificação do comportamento de furos longos e permite conhecermos os fatores que impactam em parâmetros operacionais como recuperação de lavra e diluição”, destaca Fideles.
Após a realização dos estudos, será possível definir com o aparelho um padrão de desvio para cada mina, além de possibilitar a adequação dos projetos de perfuração e carregamento personalizado, visando a aumentar a eficiência nas detonações.
Sublevel stoping
O método sublevel stoping, que já foi tema de palestra do Workshop de Redução de Custo na Mina e na Planta, da revista Minérios & Minerales, foi originado por volta de 1900 em minas de ferro de Michigan, nos Estados Unidos. Trata-se de um processo utilizado para possibilitar uma produção em alta escala, com o chamado long holes (furos longos).
Segundo Rodrigo Fideles, a inclinação do corpo de minério é o principal fator para escolha do método, preferencialmente deve ter inclinação superior a 600, “Atualmente, a Serra Grande executa o método trabalhando com corpos de baixa inclinação (superior a 400)”, afirma.
O engenheiro destaca as vantagens do processo com sendo a baixa diluição e alta recuperação de lavra, larga escala de detonações e alta produção são características positivas, além, é claro, da menor exp
osição do homem durante a limpeza do minério detonado, baixo custo de produção e melhor ventilação das galerias.
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