A unidade, responsável pela implantação do Projeto Minas-Rio e com escritórios em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, obteve um crescimento de 270% em mão de obra feminina no seu quadro de empregados
A presença das mulheres no setor de mineração é cada vez mais crescente no Brasil, principalmente devido às políticas de recursos humanos com foco na atração e retenção de trabalhadoras. Na Unidade de Negócio Minério de Ferro Brasil da Anglo American, responsável pela implantação do Projeto Minas-Rio, o número de mulheres desde 2008 aumentou em aproximadamente 270%. Atualmente, a unidade já conta com 32% de mulheres em seu quadro de empregados, superando a meta mundial de empregabilidade de mão de obra feminina da empresa, que é de 25%. Hoje, 16% da folha de empregados da Anglo American no mundo é composta por mulheres em um universo total de 90 mil empregados.
“Um dos nossos principais objetivos é mapear, atrair e manter a mão de obra feminina. Para todas as vagas na empresa, independentemente da área, temos como política a seleção de currículos de mulheres. Nós, inclusive, preferimos a mão de obra feminina, por exemplo, nas áreas de geologia, recursos humanos, meio ambiente e financeira, e para os cargos de operador de usina de beneficiamento e soldador de instalações industriais. As mulheres possuem um maior grau de atenção difusa, o que faz com que elas sejam mais analíticas em relação aos homens; têm uma sensibilidade maior e, em geral, se destacam mais no quesito “relacionamento interpessoal” e possuem mais habilidades manuais”, ressalta o gerente geral de Recursos Humanos da Unidade de Negócio Minério de Ferro Brasil, Wagner Silva.
O trabalho realizado pela empresa e a prioridade dada à mão de obra feminina têm gerado resultados. Além dos 32% de empregadas, a empresa conta com 14% de mulheres em cargos gerenciais. Na categoria hierárquica “Profissionais” (ex.: advogados, geólogos, engenheiros), o percentual de mulheres é de 49%, com 161 trabalhadoras.
Para a fase operacional do Projeto Minas-Rio, empreendimento atualmente em implantação nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, a Unidade de Negócio Minério de Ferro Brasil contratará aproximadamente 300 mulheres até 2014. São vagas para técnicas, operadoras, engenheiras e geólogas assim como para as áreas de planejamento, manutenção de mina e usina, gestão ambiental, gestão de processos, gestão de projetos, infraestrutura, segurança empresarial, saúde ocupacional e meio ambiente.
Formada em Geologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2007, a profissional Anna Maria Nazareth Costa, 32, trabalha no Projeto Minas-Rio desde julho de 2008 e é responsável, juntamente com dois outros geólogos, pela equipe de amostragem do empreendimento, formada por 15 profissionais, todos homens. “Trabalhar com eles é muito tranquilo. Desde a época da faculdade, vivo em um ambiente profissional onde a presença masculina é predominante. Nunca sofri preconceito ou rejeição por ser mulher. Tudo depende da sua postura e, além disso, não existe diferença entre homens e mulheres no que concerne à competência nesse ramo”, enfatiza Ana.
As funções da geóloga, que reside no município mineiro de Conceição do Mato Dentro, onde se encontra a mina do Projeto Minas-Rio, incluem a descrição de furos de sondagem, amostragem, mapeamento geológico, modelamento geológico, entre outras. “Tornei-me geóloga por realmente me identificar com a profissão; o contato com o meio ambiente, o fato de ser uma área das ciências exatas e, também, devido ao mercado promissor”, explica. Ana, que tem um filho de 3 anos, ressalta que um dos maiores desafios para mulheres que trabalham no setor é a exposição às intempéries do campo e as viagens a lugares remotos, que geralmente possuem pouca infraestrutura. “Outro desafio, em geral, para as mulheres nesse mercado é obter o destaque, o reconhecimento nessa área, predominantemente masculina”, afirma.
A técnica em mineração Verlaine Santos, 26, que coordena uma equipe formada por quatro homens e trabalha no Projeto Minas-Rio, em Conceição do Mato Dentro, há quase cinco anos, ressalta que pretende investir em sua carreira no setor e se tornar uma engenheira de minas. “Sou responsável pela análise dos dados da sondagem do minério de ferro feita em campo e gosto muito do que faço. A aceitação da sociedade em relação à presença feminina na mineração e a conquista desse mercado pelas mulheres é cada vez maior atualmente. Em termos de desafios que ainda precisamos enfrentar, acredito que o preconceito que algumas pessoas possuem por achar que somos mais frágeis, ou que não daremos conta do trabalho por sermos mulheres, ainda é existente, mas são poucos que pensam dessa forma. Temos superado esses obstáculos gradualmente”, explica.
Fonte: Padrão
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