A mina de ouro de Mponeng, da AngloGold Ashanti, fica situada na província de Gauteng, na África do Sul. Com profundidade de mais de 4 mil m, trata-se de uma das minas de ouro mais profundas e ricas do mundo. Dois outros projetos mais antigos da AngloGold, as minas de Savuka e TauTona, completam o complexo da mineradora na área. Outras mineradoras também exploram a região, chamada de Witwatersrand – calcula-se que 50% do ouro produzido no mundo têm procedência da localidade.
Os trabalhos de abertura da mina de Mponeng começaram em 1981, adotando-se o método shaft sinking, sendo que o eixo principal de acesso e produção ficou pronto em 1986. O método de exploração shaft sinking é tradicional na mineração – embora usado hoje em menor escala.
Trata-se de uma escavação vertical onde em seu perímetro A 4.500 m de profundidade, mina precisa de gelo para refrigerar o ar encontram-se os compartimentos de transporte de pessoas e cargas, além de área de passagem de sistemas de operação e serviços, incluindo água, combustível, ventilação e ar comprimido.
A produção em Mponeng ocorre em uma camada terrestre chamada VCR (Ventersdorp Contact Reef), onde existe um estrato de quase 80 cm de ouro. A mina foi sendo expandida através de vários projetos de aprofundamento. Também há trabalhos em curso para extração do mineral da camada terrestre CLR (Carbon Leader Reef), que fica abaixo da VCR e também é rica em ouro.
Por conta das operações de mineração na mina profunda, os abalos sísmicos são freque ntes. Para reduzir o risco para os mineiros, os túneis são revestidos com concreto projetado, reforçado com fibra de aço e coberto com ma-lha atirantada metálica. Estações de monitoramento sísmico em toda a mina captura qualquer atividade, dando tempo de os mineiros se afastarem de uma área perigosa, em caso de sismos.
O desenvolvimento de vários projetos vem permitindo à empresa estender a vida útil da mina – hoje, calculada até 2040, contando com a área territorial ampliada e pesquisada com sondagens. Existem sete conglomerados de ouro dentro da área de arrendamento da mina de Mponeng, dos quais dois são economicamente viáveis no momento. Hoje, a mina utiliza dois eixos de produção, que aloja dois poços verticais, e mais dois poços de serviço. A mina possui aproximadamente 4 mil trabalhadores, que para chegar ao local de exploração utilizam um elevador subterrâneo de três andares – capaz de transportar até 120 pessoas de uma só vez. Há duas etapas de descida de elevador que, no total, levam 1h30 para chegar ao fundo.
As paredes de rocha na mina de Mponeng alcançam temperaturas de 60° C e os níveis de umidade frequentemente excedem 95%. Para manter a temperatura em condições razoáveis, a mina usa um sistema de resfriamento utilizando toneladas de gelo, que são bombeadas da superfície para reservatórios subterrâneos – ventiladores gigantes ajudam a espalhar o ar gelado no interior da mina, gerado a partir dos reservatórios. São seis unidades de produção de gelo na superfície, com processo de refrigeração a vácuo, capaz de produzir 180 t de gelo por hora.
Diariamente, cerca de 2,3 t de explosivos são usados na mina, e aproximadamente 6.400 t de rochas são escavadas e retiradas da mina pelos poços. A concentração de 10 g de ouro por tonelada de minério extraído torna a operação da mina sustentável, a despeito dos elevados custos de produção a estas profundidades.
O minério extraído é tratado e fundido na própria planta de ouro de Mponeng. O minério é inicialmente reduzido por meio de moagem semi-autógena. Depois, o minério passa por um processo de lixiviação de ouro convencional, que incorpora a injeção de oxigênio líquido.
O relatório do primeiro semestre de 2016 aponta que a mina Mponeng produziu 128 mil oz de ouro. Hoje, a prioridade da Anglo Gold Ashanti é a implantação de infraestrutura para dar suporte à produção futura, onde os planos é levar a mina a 4.500 m abaix o da superfície.