Atividade crucial para a economia mundial, a mineração fornece matérias-primas essenciais para diversas indústrias, desde a construção até a fabricação de produtos tecnológicos. Nos últimos anos, a busca por práticas mais sustentáveis na extração de minerais tem ganhado força, resultando no desenvolvimento de tecnologias inovadoras para minimizar os danos ambientais e promover uma mineração mais responsável, a fim de mitigar os impactos, reduzir o consumo de recursos naturais e, paralelamente, promover a recuperação ambiental.

Tecnologias como BIM 4D, AWP, MAPPLY e CCO integrado, por exemplo, foram algumas das adotadas pela Vale. O gerente geral de projetos do Corredor Sudeste, João Carlos Araújo Neto, salientou o uso delas nos projetos de mineração da empresa, apresentados durante uma palestra no 15º Workshop OPEX 2024 promovido pela revista Minérios & Minerales, em junho, em Belo Horizonte.

O gerente destacou que o ponto alto da inovação é saber como utilizar tais tecnologias em prol de obter projetos sustentáveis, entregues no prazo estipulado e com segurança. “As tecnologias estão presentes no mercado, não existe nada de inovação. A partir do momento que conseguimos entregar esses projetos, que são voltados para redução do uso de barragens, conseguimos, além de ter operações sustentáveis e com segurança, com zero acidentes, entregar também um grande ativo para a companhia, que é fazer este processo de transformação na redução do uso destas barragens a partir do momento que se usa filtragem de rejeitos a seco. E, em vez de dispor rejeito hidráulico, ela dispõe isso dentro de cavas de uma forma mais segura e mais sustentável, pensando no futuro da mineração como um agente de transformação”, afirmou João Carlos.

Durante sua palestra, o gerente atualizou ainda os projetos em execução no Corredor Sudeste, destacando os principais desafios. Citou que a Vale finalizou a primeira fase de implantação com as filtragens – também no Corredor Sul e em Vargem Grande. Já entre os corredores Sul e Sudeste foram montadas três novas plantas de filtragem de rejeito a seco, com umidade baixa.

Em Minas, a produção da Vale se divide entre os sistemas Sul e Sudeste. No primeiro, são dois complexos de mineração: Vargem Grande (quatro minas e quatro usinas de beneficiamento) e Paraopeba (quatro minas e três usinas de beneficiamento). Já no Sistema Sudeste, são três grandes complexos: Itabira (duas minas e três usinas), Minas Centrais (duas minas e duas usinas) e Mariana (três minas e três usinas).

“Dentro do Corredor Sudeste, o nosso foco hoje é o desenvolvimento desses projetos geotécnicos que possam possibilitar à Vale fazer o empilhamento de rejeito seco”, disse.

Em relação ao futuro, João Carlos destacou a importância da continuidade do uso das tecnologias para dar prosseguimento aos processos de redução da utilização de barragens, concomitantemente à expansão da produção.

MINA DE BRUCUTU

João Carlos Araújo também comentou a respeito do programa de disposição de rejeitos na Mina de Brucutu, localizada em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), que é a maior da empresa no Estado – a qual obteve Declaração de Condição de Estabilidade (DCE) positiva para a barragem PDE3 – configurando a segurança da estrutura.

“Hoje esse programa de disposição de rejeitos na Mina de Brucutu, além de estar ligado ao processo de transformação da Vale em uma mineração sustentável e segura, representa a operação. Precisamos que esses projetos fiquem prontos para que a gente consiga manter a nossa produção e escalar para o futuro”, finalizou o gerente geral de projetos do Corredor Sudeste da Vale.