A Companhia Mineradora do Pirocloro de Araxá (Comipa) comemora resultados recentes nos testes de otimização do processo de levantamento topográfico. A empresa conseguiu reduzir o tempo de giro do laser scanner utilizado na etapa de escaneamento em campo e, também, no tempo de processamento das informações coletadas.
Com isso, tiveram ganho na assertividade em relação aos planos de lavra. “Antigamente, o nosso equipamento laser scanner dava giro de 360 graus em 30 segundos.
Após algumas adaptações e novos testes, ele consegue girar com 15 segundos. Esse ganho de 15 segundos na etapa de escaneamento em campo é muito importante. Quando a gente escaneia em campo, trazemos os dados para a sala para processar. Antigamente, o nosso tempo de processamento era de três minutos. Agora, passou a ser de 1,06 minuto”, relata Tiago Nascimento, um dos autores do projeto.
Os Laser Scanner 3D já são uma realidade mundial em levantamentos topográficos. Essa tecnologia que permite executar levantamentos através da coleta de milhões de pontos em uma velocidade incrível, alta capacidade de detalhamento, alta densidade de informações e precisão das informações coletadas.
O produto gerado por um Laser scanner é uma nuvem de pontos com coordenadas tridimensionais referenciadas, que, após processamentos dos dados, gera uma nuvem de pontos georreferenciada.
Na mineração, os Sistemas de Varredura Laser Terrestre 3D têm diversas funcionalidades:
• Cálculos de volumes em geral;
• Geração de modelos digitais de superfície (MDS), modelos digitais de terreno (MDT);
• Atualização da frente de lavra com criação de pé e crista da cava;
• Monitoramento de taludes;
• Acompanhamento de terraplenagem, estradas;
• Mapeamento para as-built.
A identificação de oportunidades de aplicação destes conceitos
e otimização destas novas tecnologias é parte dos esforços observados atualmente. Com todos estes avanços várias vantagens podem ser destacadas, como por exemplo, o aumento da produtividade e eficiência em função da otimização e automação dos sistemas e redução dos riscos no ambiente de trabalho.
“Isso traz assertividade no plano de lavra. As decisões são tomadas em dados ainda mais corretos. Eu olho o mapa da mina e sei que é o retrato do que está em campo.
Com relação à segurança, à medida que a gente reduz o tempo de coleta de dados em campo, tiramos o profissional da frente de lavra, reduzindo o risco na atividade, ele vai estar menos exposto, gastando menos tempo para fazer o levantamento”, detalha Mayara Cunha, outra autora do projeto. “Nosso principal equipamento de coleta é o laser scan. Utilizamos todos os dias para realizar levantamentos topográficos. Quanto mais rápido entregamos um produto para nosso planejamento de mina, mais rápido eles têm informação para tomar decisões”, ressalta Tiago.
Os novos parâmetros são ainda mais assertivos do que os apresentados em maio do ano passado, quando o projeto concorreu ao 24º Prêmio de Excelência. “O ideal seria ter atualização em tempo real da mina, que é muito dinâmica. Toda hora você está lavrando
em alguma região. Mas hoje não conseguimos em tempo real, mas ajustando os tempos de levantamento e realizando o mais rápido possível, conseguimos um nível de atualização melhor, com maior frequência”, destaca Mayara Cunha.
A equipe trabalha com atualizações três vezes por semana. Como objetivo geral, o trabalho apresentado pela COMIPA também busca divulgar e discutir as melhores práticas na área de topografia. LASER SCANNER O sistema de varredura utilizado neste trabalho foi o Laser Scanner Riegl Vz 2000i, terrestre, de altíssima performance, com leitura de até 500 mil pontos por segundo, alcance de até 2000m e precisão de 3mm.
Possui um processador interno de elevado desempenho e vários sensores integrados como IMU, Receptor GNSS e Bússola, que permitem registrar as varreduras realizadas no próprio equipamento e durante os serviços de campo.
Além destes, o equipamento possui um sensor de inclinação vertical de até 10 graus que possibilita que o equipamento seja instalado sobre um veículo, aumentando ainda mais sua produtividade. O equipamento pode ser usado em diversas aplicações como topografia, mineração, arquitetura, BIM, infraestrutura, estradas e monitoramento.
Os resultados foram analisados levando em consideração o tempo de ajustamentos das nuvens no processamento dos overviews, quantidade de pontos gerados no escaneamento e o tempo gasto em campo para aquisição em cada cena.
Autores: Tiago Nascimento (engenheiro responsável em liderar a equipe de topografia nas atividades de rotina), Bruno Gomes (engenheiro – técnico III), Breno Eduardo (responsável por processamento de dados topográficos com laser scanner) e Mayara Bruno da Cunha (coordenadora de tecnologia de mina)
Últimos Comentários