Empresa canadense, com atuação no Brasil e outros países, pode chegar a 18 milhões de toneladas produzidas

A invasão da  Ucrânia pela Rússia, que caminha para entrar no terceiro mês, tem feito a canadense Nutrien planejar aumentos sucessivos na produção de potássio. A fabricante calculava produzir 15 milhões de t em 2022, mas deve superar os 18 milhões de t, devido à incerteza sobre o fornecimento de potássio pela Europa Oriental.

“Com os investimentos que fizemos, aumentamos nossa capacidade em 20%. Somos responsáveis por 70% da produção nova de cloreto de potássio no mundo no período”, destacou o CEO interino da empresa, Ken Seitz, em entrevista ao Valor Econômico. Segundo ele, os aportes chegaram a US$ 1 bilhão.

O Brasil tem lugar de destaque nos planos da Nutrien. Hoje, uma das maiores empresas de fertilizantes do mundo tem atuação no Canadá, nos Estados Unidos, na Austrália e na Europa, mas é no mercado brasileiro que vem contabilizando crescimento de mais destaque: incluindo todos os negócios, aumentou o faturamento em 70%, chegando a R$ 3 bilhões em 2021.

Os aportes previstos para 2022 no país chegam a R$ 600 milhões. Parte dos recursos serão investidos na construção de quatro novas unidades de mistura de adubos – que se somarão às quatro em operação. O projeto da empresa é chegar a 12 unidades, ampliando ainda mais a capacidade total, que hoje é de 700 mil toneladas por ano.

Contexto: Rússia e Belarus juntas responderam por mais de 40% das exportações globais de potássio no ano passado, um dos três nutrientes essenciais usados para aumentar o rendimento das colheitas. Os impactos do conflito entre russos e ucranianos aumentou a demanda por potássio sobre outros fabricantes. Entre eles a Nutrien,  que investiu US$ 1 bilhão nos últimos dois anos visando aumentar a capacidade de produção.
Com 39 lojas no Brasil distribuídas por São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Mato Grosso do Sul, a Nutrien conta também com 13 centros de experiência. Além de produtos, tais centros oferecem uma gama de serviços destinados a maximizar o uso de insumos agrícolas nas lavouras. Os planos são de ampliar para  50 centros até o fim deste ano.