Mesmo com a diminuição expressiva por parte do governo na emissão de alvarás de pesquisae portarias de lavra, mineradoras sustentam os projetos de pesquisa mineral

Com seis projetos de exploração “Mine/Near Mine” no Brasil, dois novos em estágio inicial, diversos alvos de exploração generativa e planejamento de sondagem diamantada de cerca de 100 mil m, a Yamana investirá cerca de US$ 33 milhões em 2013 na área de pesquisa mineral. De acordo com a mineradora, cerca de 60% desse valor será destinado ao aumento de reservas das minas já em operação e as em construção. O restante terá foco nos novos projetos e prospecção de novas áreas.

“Os principais desafios da exploração mineral no Brasil são a demora em obter as licenças ambientais, em muitos casos necessárias para sondagem; as negociações com proprietários de terras; e o congelamento por parte do governo na emissão de alvarás pesquisa e portarias de lavra”, ressalta diretor de Exploração da Yamana, Sergio Brandão.

Entre os resultados obtidos pela mineradora, o diretor destacou os três novos projetos Pilar de Goiás, C1 Santa Luz e Ernesto/Pau-a-Pique, que eram depósitos conhecidos historicamente, onde a Yamana descobriu extensões das zonas mineralizadas em profundidade e novas zonas nestes distritos. Outros resultados foram a descoberta de dois novos corpos mineralizados da mina Chapada e os aumentos consecutivos nas reservas minerais de Jacobina e Fazenda Brasileiro.]

“Diversas novas tecnologias surgem a cada momento, sempre tentamos inovar no sentido de buscar ferramentas cada vez mais dinâmicas que permitam o geólogo de exploração gerar, integrar, visualizar e interpretar os dados de campo mais rapidamente, tais como: XRF e PIMA portáteis e GIS 3D. É importante lembrar que qualquer nova tecnologia nunca substituirá as botas, o martelo e a bússola, sendo estas apenas ferramentas de suporte para facilitar a interpretação do geólogo”, destaca Brandão.

Todos os trabalhos de pesquisa mineral da Yamana no Brasil, como mapeamento, amostragem, descrição de furos, entre outros, são realizados pela própria mineradora. Cerca de ¼ da sondagem é feita também por sondas próprias.

Beadell

De acordo com Fabio Batista Marques, gerente de Geologia da Beadell, em 2012 a mineradora investiu R$ 8.000.000 e pretende investir esse ano R$ 17.000.000 no setor de pesquisa mineral. Dos valores de 2013, 70% será destinado ao aumento das reservas já em operação e 30% para novas áreas em prospecção. “Os investimentos também são destinados à serviços, principalmente sondagem, análises químicas, aluguel de equipamentos de apoio à prospecção e serviços de consultoria especializada”, afirma o gerente.

Entre as principais ações programadas para 2013, o gerente destacou a concentração dos recursos nas áreas de entorno da mina e a priorização dos alvos de exploração para avaliação de recursos. Já entre os desafios a serem superados, os principais são a obtenção das licenças ambientais necessárias à execução das atividades de pesquisa em unidades de conservação de uso sustentável; repor as reservas lavradas para aumentar a vida útil da mina; e identificar novas áreas com potencial de agregar novos recursos.

Pesquisa mineral gera aumentos consecutivos nas reservas minerais da mina Fazenda Brasileiro, da Yamana

“Em anos anteriores, o investimento em pesquisa mineral era menor, pois a empresa se concentrou na construção da planta de produção. Para 2013 e 2014 os investimentos tendem a aumentar conforme a identificação de novas áreas com potencial de ocorrência de substancias econômicas”, destaca Marques. Entre os resultados obtidos, está o aumento de 15% das reservas da empresa em 2012.

Atualmente, os métodos de prospecção utilizados pela mineradora incluem aerogeofísica e geofísica terrestre; reconhecimento e mapeamento geológico; prospecção geoquímica de sedimento de corrente, solos e rochas; sondagem a trado, diamantada e de circulação reversa; elaboração de banco de dados e de modelamento geológico; e avaliação de recursos.

SAM Metais

“Nossos investimentos oscilam em função do cronograma do projeto. No caso da SAM – Sul Americana de Metais, intensificamos as pesquisas nos anos de 2010 e 2011, onde foram avaliados os recursos necessários para viabilização do Projeto Vale do Rio Pardo. Estamos agora na fase de licenciamento ambiental e de desenvolvimento dos projetos de engenharia, onde os investimentos em pesquisa estão menores”, destaca o diretor executivo da SAM , Haroldo Fleischfresser.

A mineradora, que está desenvolvendo o Projeto Vale do Rio Pardo na região norte de Minas Gerais, tem previsão de investimento em pesquisa mineral para esse ano de R$ 7.000.000, com foco principalmente na contratação de serviços como sondagem diamantada, sondagem a trado, mapeamento geológico e amostragem geoquímica de rochas.

De acordo com Fleischfresser, os principais desafios enfrentados até o momento foram a obtenção das licenças ambientais necessárias à implantação e o baixo teor do minério de ferro da região norte de Minas Gerais. Atualmente, o projeto possui um investimento menor em pesquisa mineral, comparado com os outros anos, como explica o diretor. “Em 2010, o investimento em pesquisa mineral alcançou cerca de R$20 milhões e os recursos foram aplicados principalmente na definição de reservas na área da futura mina. O motivo relaciona-se à fase de implementação do projeto.

Com reserva superior a 2,4 bilhões de t de minério de ferro, o planejamento das atividades de pesquisa busca seguir critérios relacionados ao tamanho potencial de jazimentos que possam ser encontrados nos alvarás da SAM, sua localização e os prazos dos alvarás junto ao DNPM.

“As tecnologias utilizadas são as praticadas pela indústria de mineração. No projeto Vale do Rio Pardo a nossa meta é operar com 92% de rendimento operacional e com uma produção de 25 milhões de t/ano, que é um grande desafio. Como estamos na fase de projetos, os equipamentos, transportadores de correias, moinhos, entre outros, estão sendo rigorosamente dimensionados”, explica o diretor.

Durante esseano, Sam MetaisinvestiráR$ 7 milhões empesquisa mineral