Com a abertura da mina Mata do Ribeirão, o volume de extração anual de calcário passará das atuais 1,2 milhão t para cerca de 3,5 milhões t

A mina Capoeira Grande ganhará o reforço da produção da mina Mata do Ribeirão, localizada em Padros (MG), para atender a demanda de calcário na nova planta de cimento da Holcim. Com isso, a produção anual total das duas minas alcançará 3,5 milhões t.

De acordo com Marcílio Lima, coordenador de mina da Holcim, a principal exigência será produzir o calcário na faixa de trabalho exigida, que é de 88-90% de CaCO3, com granulometria de 21/4. Em ambos os depósitos, o desmonte de rochas será feito com o uso de explosivos. “Nossa prioridade é realizar a exploração da mina seguindo o seu planejamento, ou seja, removendo o estéril (decapeamento) e liberando o calcário nas quantidades e qualidade necessárias para a fabricação de cimento. Tudo isso, atendendo os padrões de segurança e meio ambiente da empresa”, ressalta Lima. Já na fase de britagem, segundo o coordenador, a definição dos equipamentos se faz de acordo com a estrutura da mina e produção requerida.

As duas minas da Holcim estão inseridas nas formações Prados e Barroso, unidades de topo do Grupo São João del Rei. As rochas que compõem essas unidades são basicamente calcários e pelitos/metapelitos. Com exceção do calcário, as demais rochas apresentam tonalidades afetadas pelo intemperismo, mostrando colorações variadas como avermelhada, amarelada e arroxeada. Localmente, o pacote carbonático pode apresentar no topo um nível de filito acastanhado.

“Na área do empreendimento ocorrem basicamente dois tipos de rochas calcárias:calcário cinzento com textura sacaróide e de aspecto maciço; e calcoxisto (quartzo-mica-calcita xisto) de coloração acinzentada e granulação fina a média, com predomínio de calcita e níveis biotíticos subordinados, além de veios de quartzo”, explica Lima.

Mina Capoeira Grande

A extração de calcário na mina Capoeira Grande, localizada a cerca de 200 m da fábrica, é feita pelo método de bancadas a céu aberto e, atualmente possui 1.090 m de extensão, 102 m de altura e 540 m de largura. Os bancos têm 14 m de altura e as bermas operacionais medem três vezes a largura do maior equipamento usado na operação.

Unidade de britagem da mina Mata do Ribeirão terá capacidade de 1.500 t/h
 

Para as atividades de perfuração e desmonte de rochas, a Holcim tem contrato firmado com a Excatran Detonações. A empresa, que também presta serviços para a unidade de Pedro Leopoldo (MG), utiliza explosivos do tipo emulsão encartuchada de alta densidade (1,2 g / cm3) e ANFO granulado de baixa densidade. Os furos são feitos por duas perfuratrizes PW5000 e têm inclinação de 10 a 12 graus e malha de 2,5 m (afastamento) x 4,0 m (espassamento).

Na mina, o carregamento ocorre em duas frentes de trabalho simultâneas para efeito da blendagem (mistura de calcário de alto e baixo teor), com o objetivo de atender às especificações do produto final. Para carga são usadas duas pás carregadeiras Caterpillar 980 e uma escavadeira Caterpillar 330. Cinco caminhões Scania de 28 t transportam o calcário até a usina de britagem. Ao todo, cerca de 50 funcionários atuam na mina, entre próprios e terceiros, divididos em dois turnos de 8 horas.

Dentro do escopo do projeto de expansão, a mina Capoeira Grande recebeu, em dezembro de 2014, dois novos britadores hidrocônicos e uma peneira classificatória, fabricados pela Sandvik. Os equipamentos, já em operação e com capacidade de 450 t por hora cada, também irão processar os volumes de calcário extraídos na mina Mata do Ribeirão, no que se refere a britagem secundária.

Mina Mata do Ribeirão

A Holcim fez um trabalho para reativar a exploração de calcário na mina Mata do Ribeirão, localizada em Prados (MG), distante, aproximadamente, 8 km da fábrica de Barroso. Isso porque, a Companhia de Cimento Portland Paraíso, que detinha as operações da jazida, considerava exaurido o minério.

“Quando a Holcim assumiu o controle da Paraíso (1996), fomos informados que o depósito de calcário havia se exaurido. Com um plano de atuação detalhado, conseguimos reverter essa questão”, afirma Marcílio Lima, coordenador de mina da Holcim.

Atualmente, funcionários da Mendes Júnior finalizam as obras das bases de concreto que receberão o novo britador, fabricado pela FCB. Na sequência, equipes de montagem mecânica da Holcim farão a instalação do equipamento, que tem capacidade de 1.500 t por hora. Como em Capoeira Grande, a extração de calcário utilizará o método de bancadas a céu aberto (desmonte com explosivos). As bancadas da mina terão 10 m de altura, e as bermas irão possuir três vezes a largura do maior equipamento de operação que por ela trafegar.

As rochas desmontadas são transportadas por caminhões até o britador primário, cuja produção é armazenada numa pilha pulmão. Posteriormente, o material segue por correias transportadoras auxiliares (FCB) até a Flyingbelt, que por sua vez, transporta o material até a britagem secundária, na mina Capoeira Grande. Chegando lá, o calcário é rebritado e classificado, até atingir a granulometria desejada (atualmente de 21/4), sendo depositado em uma pilha de pré-homogeneização.

“A vantagem da utilização da correia aérea transportadora é a redução de custos com a aquisição e manutenção de frota móvel. Além disso, no percurso existem propriedades particulares, o que dificultaria ainda mais um trajeto rodoviário”, ressalta Lima.

Frota robusta

Para as operações na mina Mata do Ribeirão, a Holcim adquiriu cinco novos caminhões Caterpillar 775; com capacidade de 64 t, 1 escavadeira Caterpillar 390, 2 pás carrregadeiras Caterpillar 990 e 1 caminhão pipa Caterpillar 770, este último utilizado para a aspersão das vias. Os equipamentos serão entregues pela Sotreq, revendedora da Caterpillar.

Nova mina será necessária para atender a produção da nova fábrica
 

“Em março, vamos receber a nova frota de equipamentos para Mata do Ribeirão, onde iniciaremos a extração de calcário no segundo semestre. Utilizaremos máquinas de maior capacidade para atender ao volume projetado”, destaca Marcílio Lima, coordenador de Mina da Holcim.

Fonte: Revista Minérios & Minerales