As estratégias agressivas e os investimentos em tecnologia estão impulsionando as multinacionais brasileiras para pontos de destaque no cenário mundial.
Essas foram as razões apontadas pelo The Boston Consulting Group para a presença de 13 empresas brasileiras na lista das 100 companhias que mais se destacaram em países com economia em rápido desenvolvimento, que o grupo organiza anualmente. São elas a Braskem, Coteminas, Vale, Embraer, Gerdau Steel, Marcopolo, Natura, Perdigão, Petrobrás, Sadia, Votorantim e as estreantes na lista WEG e JBS Friboi. “Essas empresas conseguiram estabelecer marcas globais, com presença na mente dos consumidores de vários países”, explica Marcos Aguiar, sócio-diretor do BCG no Brasil e coordenador da pesquisa na América Latina. “Além disso, não são meras exportadoras, e sim empresas com estratégias agressivas de se estabelecerem no exterior.” As BCG 100, como são chamadas as 100 empresas, são aquelas que fazem frente às multinacionais com origem em mercados já consolidados. O país com o maior número de empresas na lista é a China, com 41 países, seguido pela Índia (20 empresas), Brasil (13), México (7) e Rússia (6). Essas empresas apresentaram um crescimento de 35,1% nos últimos cinco anos. O crescimento médio dos mercados emergentes, medido pelo Morgan Stanley (MSCI Emerging Markets), foi de 23,8% no período. As empresas tradicionais que compõem o S&P500 (500 ações de maior valor e liquidez, selecionadas pela Standard & Poors – a maioria de origem americana) cresceram apenas 7,4%. “A maioria das empresas com origem nos mercados consolidados realiza aquisições nos países emergentes”, diz Aguiar. “Já as empresas vindas dos emergentes realizam metade de suas aquisições em mercados consolidados, o que significa que elas estão realmente invadindo o território das multinacionais tradicionais.” Em 2006, os investimentos do Brasil no exterior somaram US$ 28 bilhões de dólares. Este ano, o destaque brasileiro foi a Gerdau, que já desembolsou US$ 6,3 bilhões em doze aquisições. Já a entrada de investimentos estrangeiros no País para produção e serviços deve superar a marca dos US$ 35 bilhões em 2007. Critérios Dentre os critérios avaliados para selecionar as 100 empresas estão o porte, o crescimento anual, a geração de valor para os acionistas e a participação negócios no mercado externo nas atividades da empresa. A brasileira Marcopolo, 3ª maior fabricante mundial de ônibus e estreante na lista, deve crescer cerca de 10% este ano, alcançando uma receita líquida de R$ 2 bilhões. “Nosso competitividade lá fora foi alavancada pela criação de joint ventures com grandes empresas como a Tata Motors, na Índia, e a Russ Pron Auto, na Rússia”, diz o diretor de relações com investidores da Marcopolo, Carlos Zignani. A empresa tem fábricas em seis países. Já a Weg diz que dará um salto com a consolidação de sua fábrica na China. “Crescer no mercado asiático é crucial para toda multinacional”, diz Harry Schmelzer, que assume a presidência da Weg em janeiro.
Fonte: Padrão
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