O dólar poderá atingir R$ 2 dentro de três meses e dar alívio aos exportadores de produtos manufaturados que, nos últimos tempos, estão sendo afetados pela forte valorização do real em relação à moeda norte-americana, prevê o diretor de Relações Internacionais e de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti da Fonseca. Ontem, o dólar encerrou o dia em alta de 0,33%, cotado a R$ 1,82.

Já para os exportadores de commodities agrícolas e metálicas, nem mesmo a valorização do câmbio deve atenuar as perdas porque os preços em dólar dessas matérias-primas estão caindo no mercado internacional em razão da desaceleração da economia mundial. "No caso dos exportadores de commodities, é como trocar seis por meia dúzia", afirma Giannetti da Fonseca, fazendo referência aos ganhos proporcionados pela valorização do câmbio e às perdas provocadas pelos preços em dólar dos grãos e dos minérios.

Segundo ele, ainda é muito cedo para dizer que a recente recuperação do dólar se trata de uma tendência. "O mercado está muito volátil", diz o diretor da Fiesp. Ele observa que a percepção de risco aumentou e os investidores estão resgatando hoje investimentos feitos no Brasil para cobrir prejuízos lá fora. Esse movimento, na sua opinião, deverá aumentar nas próximas semanas. "Há uma pressão clara para que o capital retorne aos países de origem.
Fonte: Padrão