Já a vida útil do minério de ferro do município ganhou mais 5 anos, com lavra até 2047, porque mineradora passou incluir no cálculo reservas ainda não tocadas, como N1, N2 e N3; entenda.
A famosa mina de manganês Azul, na Serra Norte de Carajás, pode estar com seus dias contados em Parauapebas. É que a mineradora multinacional Vale informou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) dos Estados Unidos, onde mantém operações em bolsa, que a provável exaustão da reserva de manganês vai ocorrer em 2025, quatro décadas depois de sua abertura.
Uma das maiores evidências disso é o fato de que Parauapebas, historicamente maior produtor de minério de manganês do país, desde 2017 perdeu o posto para Marabá. No ano passado, a mina do Azul rendeu R$ 403,42 milhões em produção, enquanto a mina da Buritirama, em Marabá, faturou R$ 575,65 milhões. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu.
De acordo com informações declaradas pela Vale no Formulário 20-F, entregue às autoridades financeiras em Washington no último dia 3, a Mina do Azul reduziu sua reserva de manganês de 14,7 milhões de toneladas em 2018 para 13,1 milhões de toneladas. A produção do ano passado, obtida após o beneficiamento e a recuperação, foi de 1 milhão de toneladas.
Outra que também está prestes a pendurar as chuteiras é a mina de cobre Sossego, em Canaã dos Carajás, que, nos cálculos da Vale, finda a lavra em 2028. Segundo informou a empresa, a reserva de cobre de Sossego é estimada em 109,3 milhões de toneladas com teor médio de 0,67%. É dez vezes menos cobre que a reserva de cobre de Salobo, em Marabá, onde a Vale estima existir 1,148 bilhão de toneladas com teor médio de 0,6%. A Vale projeta a exaustão de Salobo para o ano de 2052.
Minério de ferro de Carajás
O principal produto da Vale no mundo, o minério de ferro, sai das operações industriais da empresa no complexo de Carajás, no Pará. Carajás é termo genérico para discriminar um conjunto de reservas que se distribuem por vários municípios, basicamente pelas serras Norte, dentro de Parauapebas; Sul, dentro de Canaã dos Carajás; e Leste, dentro de Curionópolis. Hoje, é a reserva dentro do município de Canaã que possui maior volume de minério de ferro, com 4,2 bilhões de toneladas, isso apenas nos blocos C e D do corpo S11.
Em Parauapebas, a produção de minério de ferro no ano passado totalizou 113,5 milhões de toneladas. É o menor volume desde 2013, quando foram produzidos 104,89 milhões de toneladas, segundo apurou o Blog do Zé Dudu. Em nova rodada de estimativa de vida útil, a Vale diz que o minério existente no subsolo de Parauapebas vai até 2047. Em 2018, a projeção era de até 2042.
De um ano para outro, a reserva de minério subiu de 2,02 bilhões de toneladas em 2018 para 2,82 bilhões em 2019, adição de 800 milhões de toneladas. A Vale diz que “as variações nas reservas de minério de ferro de 2018 a 2019 refletem o abatimento resultante da produção para todas as minas” e que essas reservas “foram afetadas positivamente por novas informações e estimativas geológicas”.
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