RIO – O aquecimento do mercado internacional de minério de ferro pode levar a um desdobramento demorado das negociações para estabelecimento do reajuste dos preços do insumo para os contratos de longo prazo. O presidente da Vale, Roger Agnelli, afirmou hoje que a empresa não vai entrar em uma guerra de informações sobre as negociações. O executivo ressaltou que todo ano, na época das negociações, ” pílulas ” são soltas na mídia para tentar influenciar nas discussões. ” Entrar nessas discussões não é papel da Vale, é papel de trader ” , disse Agnelli. Para o diretor-executivo de ferrosos, José Carlos Martins, as negociações tendem a ser longas e o mercado spot, atualmente na casa dos 300 milhões de toneladas anuais, exerce alguma influência sobre as negociações. ” Você não pode virar as costas hoje para o mercado spot, que é relevante. Anteriormente era apenas uma pequena distorção. Hoje ele é um indicativo da situação de mercado ” , ponderou Martins. O diretor-executivo também afirmou que a mineradora não pretende alterar a maneira de negociar o reajuste com os clientes. Informações veiculadas pela imprensa internacional dão conta de que a BHP Biliton teria apresentado uma proposta de embutir um cálculo no reajuste, ponderando a participação do mercado spot. ” Cada empresa procura o seu caminho. A BHP produz 100 milhões de toneladas, nós produzimos 300 milhões de toneladas. Não achamos que seja o momento adequado para mudar a forma como a gente vem negociando ” , afirmou Martins, que não quis apresentar projeções sobre possíveis reajustes.
Fonte: Padrão