A Vale tem planos de expandir a produção de cobre e níquel no Brasil. Durante seminário sobre minerais estratégico para transição energética, promovido pelo Ministério de Minas e Energia, o diretor de Desenvolvimento de Negócios de Metais Básicos Atlântico Sul da companhia, José Luís Marques Santana, detalhou alguns números que vêm sendo trabalhados pela mineradora.
Em relação a Salobo, maior operação de cobre do Brasil e uma das maiores da América Latina, Santana destacou que as reservas têm vida útil até 2060, aproximadamente. E que para 2024, o plano de produção é acima de 202 mil toneladas.
No ano passado, a Vale concluiu a expansão do Complexo Salobo, adicionando uma nova usina de beneficiamento (Salobo III), que entrou em operação no primeiro trimestre de 2023 e está em ramp up – que deve ser concluído até meados deste ano e vai adicionar ao complexo uma produção entre 40 e 50 mil toneladas de cobre com uma usina de beneficiamento com capacidade de 12 milhões de toneladas de processamento.
A produção do complexo Salobo vem se recuperando após a queda causada pela pandemia (173 mil toneladas em 2020, 145 mil t em 2021 e 141 mil t em 2022). Em 2023, foi de 180 mil toneladas, já usufruindo do ramp up de Salobo III. E as projeções para os anos seguintes são bastante otimistas: 202 mil t em 2024, 217 t mil em 2025, 205 t mil em 2026, 226 t mil em 2027 e 207 t mil em 2028. “Salobo é uma reserva de classe mundial e, eventualmente, pode ter novas expansões, assim como ocorreu com Salobo III”, afirmou Santana.
Sossego
Sobre Sossego, também no Pará e primeira operação de cobre da Vale no mundo, que se iniciou em 2004 e com vida útil de 20 anos a 25 anos, José Luis Marques Santana ressaltou que o depósito atual está se exaurindo. Mas a empresa já trabalha em um complexo de depósitos próximo, chamado de Hub Sul, que estenderá a vida útil deste complexo para além de 2050.
“Hoje produz cerca de 80 mil toneladas de cobre por ano, média prevista para os próximos 4 anos (incluindo a entrada de novos depósitos). A expectativa para este ano são 74 mil”, informou o executivo, que completou:
“Temos uma perspectiva de produção entre 390 e 420 mil toneladas de cobre no médio prazo, oriunda do conceito de hubs em Carajás, além do Hub Sul, no Sossego, nós temos outro próximo a Salobo, que nós denominado de Hub Norte, que de forma combinada, no conceito de uma infraestrutura compartilhada, poderão produzir entre 100 a 200 mil toneladas de cobre por ano, em adição à produção existente. Temos também um projeto do lado chamado Alemão, dentro da Floresta Nacional de Carajás, que é uma mina underground, que vai adicionar aproximadamente de 65 a 70 mil toneladas de cobre por ano. E no longo prazo, almejamos a produção de até 900 mil toneladas de cobre por ano.
Santana ressaltou que, com essa produção, a Vale se posiciona entre os 5 principais produtores de cobre no mundo, a partir da entrada de outros projetos no Brasil e na Indonésia.
Níquel
A Vale também está focada na expansão da produção de níquel, com a construção de um segundo forno. A primeira operação no Brasil, Onça Puma, fica em Ourilândia do Norte, no sudeste do Pará, e iniciou as operações em 2011, com capacidade de produção em torno de 25 mil toneladas de níquel por ano.
“Em Onça Puma, temos a construção de um novo forno elétrico de 85 mega para expandir a produção. O projeto está em implantação, com orçamento estimado em quase R$ 2.8 bilhões. É um projeto que deve adicionar mais 15 mil toneladas de produção de níquel contido em ferro níquel, a partir do segundo semestre de 2025”, explicou Santana.
Em 2022, Onça Puma produziu 23 mil toneladas. Em 2023 e neste início de 2024 houve uma queda para algo em torno de 17 mil, 18 mil toneladas devido à manutenção que está sendo realizada na planta, com troca de refratários, abobada e soleira do forno de 85 mega – mesma capacidade do novo forno que será instalado. “Vamos retomar agora a partir de março. E a partir do primeiro semestre de 2025 vamos iniciar o ramp up do segundo forno, conferindo a Onça Puma uma produção de até 40 mil toneladas”, disse o diretor da Vale.
Com Onça Puma, a Vale passará a ser o maior produtor de níquel no Brasil e um dos três maiores no mundo. Ano passado, a Vale Metais Básicos produziu 165 mil toneladas, dos quais 17 mil no Brasil. A ambição, em relação a níquel, no médio prazo, é produzir entre 230 e 245 mil toneladas, incluindo a expansão de Onça Puma para 40 mil toneladas de níquel, além da exposição ou da parceria de algumas joint ventures e outras jurisdições, como por exemplo na Indonésia.
“E no longo prazo, temos aspirações de produções de até 300 mil toneladas, com o desenvolvimento de vários projetos no Canadá e, por que não, também no Brasil, em áreas adjacentes à operação de Onça Puma”, finalizou Santana.
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