Com a crise global na oferta de fertilizantes em função da guerra na Ucrânia, dois novos investimentos anunciados pela Unigel na Bahia chegam como alento ao mercado brasileiro. A empresa é a maior fabricante de fertilizantes nitrogenados do país.

Um dos empreendimentos é a transformação de uma antiga unidade arrendada da Petrobras, atualmente desativada, em uma fábrica de amônia verde no município de Camaçari, na Bahia. A previsão é que ela entre em operação entre o fim deste ano e primeiro trimestre de 2023. O investimento será de R$ 100 milhões.

Quando instalada, a fábrica terá capacidade de produção de 150 mil toneladas de amônia verde por ano, sendo a maior do tipo em todo o mundo e a primeira do Brasil.

“Em 2021, nós demos um importante passo para a retomada da produção de fertilizantes nitrogenados no Brasil com o arrendamento das duas fábricas da Petrobras no Nordeste, uma na Bahia e outra em Sergipe”, disse à revista Minérios e Minerales o diretor de Relações Institucionais da Unigel, Luiz Felippe Fustaino.

Segundo ele, nesse processo de reativação das fábricas foram investidos R$ 500 milhões. Com isso a empresa se tornou a única produtora nacional de ureia, com capacidade de 1,15 milhão de toneladas por ano.

Atualmente, a capacidade instalada total é de 925 mil toneladas de amônia e 1.15 mil toneladas de ureia.

No mesmo local, a Unigel dará início, ainda neste ano, à construção de uma planta que será responsável por alimentar uma nova operação de sulfato de amônio.

“Em 12 meses estaremos construindo uma planta completamente nova e reativando outra. Estimamos que a planta de ácido sulfúrico necessitará de investimentos da ordem de R$ 500 milhões e que a reativação da planta de sulfato de amônio necessitará outros R$100 milhões”, disse o diretor da empresa.

Antes do arrendamento, a Unigel já produzia outro fertilizante, que é o sulfato de amônio, como parte do processo produtivo de químicos.

O diretor Luiz Felippe Fustaino avalia que o conflito militar entre Rússia e Ucrânia trouxe muita apreensão para os mercados de óleo e gás e de fertilizantes, já que a Rússia é um importante produtor destes insumos.

“Estamos atentos ao cenário atual e fazendo a nossa parte, maximizando a produção de fertilizantes nitrogenados, buscando mitigar os riscos de desabastecimento nacional”.