Localizada a 145 km dentro do círculo Ártico, Kiruna é inóspita no inverno com temperatura a -15 ºC, mas sua produção de minério de ferro chegou a atender a 90% da demanda na Europa. Em 2004, começaram os estudos para se construir uma cidade nova para onde vão se mudar seus moradores até 2033.
Uma nova praça está sendo construída 3 km ao leste, para onde 20 edifícios identificados como históricos serão desmontados e reconstruídos no local, como um Lego gigante. A igreja de madeira marrom avermelhada, erguida em 1912, será realocada para um novo parque. Ela já foi considerada como a construção antiga mais bela da Suécia.
A LKAB reservou 320 milhões de libras para construir uma nova faculdade, estação de bombeiros, centro comunitário, biblioteca e uma piscina pública. Mas as novas moradias são o maior problema, porque os moradores pagavam alugueis simbólicos e tinham alta renda. Embora a mineradora tenha se disposto a indenizar os proprietários com 125% do valor das casas, muitos consideram esse valor insuficiente.
O pior é o que a Kiruna atual, de ruas suburbanas curvas com casas dotadas de jardins, não se parece com o projeto novo onde pequenos edifícios ficam em torno de espaços comunitários, ao longo de ruas retas. Essa mudança ainda promete muitas discussões. Nenhum trabalhador quer parar a mina, mas como largar uma casa e viver num apartamento?
Enquanto isso, a última mina profunda de carvão em produção vai encerrar operações na Inglaterra. A produção de carvão atingiu o auge pouco antes da 1ª Guerra Mundial e era o motor da Revolução Industrial inglesa. Empregavam um milhão de homens e meninos. 23 minas fecharam em 1985, após uma greve de um ano e a privatização da indústria; 16 encerraram as portas em 1989; mais 14 pararam em 1991. Agora há apenas três minas profundas operando, empregando dois mil mineiros, inclusive 436 em Hatfield, que vai fechar.
A produção termelétrica do país vai continuar queimando carvão, mas o importado da Austrália ou Colômbia. Os sindicatos protestam e apontam para essa dependência do carvão do exterior. Eles gritam: porque não se usa parte do nosso carvão!
Tudo se resume no custo por tonelada extraída, aplicando-se tecnologias de última geração e contando-se com operadores treinados. Neste cenário de preços sob pressão e custos em alta, o governo brasileiro, nos três níveis, precisa repensar a carga de taxas e impostos e contribuições que incide sobre a produção mineral do País. Seria insano matar as galinhas que ainda estão pondo ovos.
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