Gestão da manutenção é através do sistema SAP módulo PM
Mineradora aposta em inspeção preditiva de equipamentose treinamento de profissionais para otimizar índices
Com orçamentoopexde R$ 79,24 milhões/ano ecapexde R$ 3,92 milhões para 2013, o setor passa por mudanças ligadas às novas plantas em fase final de implantação. “Nosso grande desafio são os novos equipamentos que fazem parte da mineradora devido às mudanças na planta. Saímos de equipamentos móveis rodoviários para caminhões fora de estrada, e, consequentemente, todos equipamentos de apoio também sofreram alterações. Até então trabalhávamos com equipamentos de 35 t e mudamos para de 70 e 100 t”, conta Paulo Roberto Nogueira, gerente de Manutenção.
Toda gestão da manutenção é realizada através do sistema SAP módulo PM, onde existem os planos de inspeção, lubrificação e reparos periódicos cadastrados. As ações de manutenção estão baseadas em ordens de manutenção, que garantem todo o controle dos trabalhos, inclusive relacionados aos custos dos equipamentos. Também é utilizadooSmartminepara equipamentos móveis, com foco nas paradas, controlando a disponibilidade física dosequipamentos. Toda equipe do setor é formada por 296 profissionais próprios distribuídos nas três gerências, além de 75 terceirizados.
De acordo com o gerente, os materiais que mais sofrem desgaste nas plantas são os que possuem contato direto com o minério e, consequentemente, maior abrasão, como componentes de bombas de polpa, telas de peneira, chapas de desgaste, calhas, entre outros. Já na manutenção dos equipamentos móveis, o maior consumo é registrado em filtros e lubrificantes. Nos equipamentos de carga a troca de ferramenta de penetração de solo demandam um grande volume de horas, como também a manutenção de pneus para os equipamentos de transporte. Os três principais itens que mais demandam manutenção na frota móvel da mineradora são os pneus, as ferramentas de penetração de solo (FPS) e os materiais rodantes, como esteiras. “Os pneus geram um grande índice de custo. Atualmente, utilizamos um controle manual que verifica temperatura e pressão, mas estamos estudando a implantação de um sistema automatizado para fazer esse monitoramento para 2014, uma vez que pode trazer benefício substancial com redução de custos”, afirma Nogueira.
Segundo o gerente geral de Operações, Rodrigo Toubes, no caso dos caminhões, em todas as trocas de turno, que acontecem três vezes ao dia, o operador tem que realizar uma inspeção geral do equipamento. Já no momento do abastecimento, que ocorre uma vez por dia, um profissional especialista em pneus faz uma análise mais precisa.
Ainda de acordo com ele, a disponibilidade física das plantas industriais de britagem e concentração tem como meta 92% e acumula resultado em 2013 de 92,5%. Já com os equipamentos móveis, a disponibilidade física varia em função da idade da frota. Nos caminhões fora de estrada, com até 5.000 horas a meta é 88%. “Para alcançar as metas, a estratégia é realizar as inspeções conforme o programa e cumprir os planos de parada preventiva”, destaca o gerente.
Entre as estratégias aplicadas para alcançar redução de custos nas operações da manutenção, estão a automatização dos processos e a manutenção preditiva. No caso das FPS, o foco é melhorar a qualidade dos materiais e aumentar a vida útil. “Esse é um trabalho que não para. Assim que chegamos em um índice estipulado, já buscamos superá-lo. Precisamos incessantemente desenvolver novos materiais, novas ligas,designe desenhos diferentes”, conta o Nogueira. Na parte preditiva, ações como analise de óleo evitam que o equipamento tenha quebras prematuras. “Toda vez que temos uma quebra, o custo de manutenção é muito maior se compararmos com os investimentos na preditiva”, acrescenta o gerente.
“Outro foco em redução de custo é o desenvolvimento de novos fornecedores. Sempre buscamos esses novos parceiros que desenvolvam um trabalho eficiente e com preços competitivos. Aqui na região, em Itaúna (MG), conseguimos bons resultados com novos fornecedores, em qualidade e preço”, ressalta Toubes. “Começamos sempre com um fornecedor para cada item. Hoje são entre dois e três para cada. Levamos em consideração não o preço, mas o custo final, que contempla a performance do componente”, acrescenta.
A mineradora possui também um programa de treinamento que identifica as lacunas existentes na experiência de cada funcionário e realiza um aperfeiçoamento técnico ao longo do ano. Em parceira com o Senai, a Mineração Usiminas iniciou um curso técnico de mineração e manutenção na unidade da escola em Itaúna. Outra capacitação criada em parceria com o Senai foi um curso para formação de soldadores, demanda que existe na mineradora e na região. “Desse curso para soldador, abrimos vagas para 30 pessoas. Após a formação, contratamos 15 profissionais e colocamos a outra metade no mercado.
Fora essas ações, também te
mos treinamentos teóricos e práticos na mina com instrutores de empresas como Sotreq, Metso e Liebherr”, afirma Toubes.
Para operação da planta de Samambaia, que será inaugurada em julho, a mina aplica cursos com os fornecedores dos equipamentos novos há cerca de dois meses. A nova planta será 100% automatizada.
“Nosso principal desafio no momento é acapacitação das equipes de manutenção, para atender à demanda que virá com a entrada das novas plantas (Samambaia e Flotação), que provocarão um salto na produção. Estas plantas são projetos de última geração e totalmente automatizadas. Na área de equipamento de mina, estamos migrando de caminhões de 35 t para 100 t. Isto provoca uma revolução, pois todos os equipamentos envolvidos no processo precisam ser aumentados para este porte. Estes equipamentos possuem muita tecnologia embarcada. Como exemplo, podemos citar as duas escavadeiras hidráulicas de 250 t adquiridas para atender os caminhões de 100 t. Outra meta importante é a redução dos custos de manutenção para garantir a competitividade da Mineração Usiminas”, ressalta Nogueira.
“Uma das principais importâncias da manutenção para a mina é disponibilidade física dos equipamentos. Nossos indicadores são similares a grandes minas da Vale e CSN. Isso nos garante a operação e a possibilidade de produzir sem gerar transtornos. Assim conseguimos alcançar um preço cada vez mais competitivo”, conclui Toubes.
Últimos Comentários