Nos últimos 5 anos observou-se o surgimento de uma frente de desenvolvimento técnico e científico voltado aos serviços remotos e de monitoramento inteligente no setor geoespacial. Novas técnicas de processamento de imagens de satélites e outros dados de sensoriamento remoto, aliadas ao desenvolvimento e aperfeiçoamento de algoritmos de inteligência artificial, são alvos de grandes investimentos de empresas de geotecnologias, no intuito de evitar ou reduzir as incursões de campo e otimizar as análises e ganhar escala.
No setor da mineração a gestão de barragens é um ponto crucial. Com o desenvolvimento dessas tecnologias torna-se imprescindível que os estudos, modelagens, simulações e monitoramento de barragens utilizem técnicas cada vez mais automatizadas para o fornecimento de dados.
Para os estudos de segurança de barragens, por exemplo, um dos dados mais importantes é a topografia ou os Modelos Digitais de Terreno (MDTs), principalmente para as simulações das manchas de rupturas hipotéticas de barragens. Para esse fim já existem técnicas consolidadas de sensoriamento remoto para o fornecimento dos MDTs de alta precisão sem a necessidade de trabalho de campo e entrada nas plantas de mineração.
MDTs por LiDAR e Topografia por satélite
Dentre as soluções de topografia por sensoriamento remoto destaca-se o LiDAR (perfilamento a laser) aerotransportado, que gera nuvens de pontos com densidade adequadas para se mapear com alta precisão no nível do terreno.
Outra possibilidade para geração de MDTs é a topografia por satélite, que consiste em coletar cenas de diferentes ângulos (multivisão) da área e, a partir de processamentos com algoritmos especializados, extrair a vegetação e construções.
Especificamente para aplicações em estudos de Dam Break, é necessário que seja fornecido um MDT hidrologicamente consistente, que demanda em redesenhar a malha hidrográfica principal durante o processo de interpolação dos dados de altimetria, com objetivo de melhorar a definição do relevo ao longo das calhas dos rios. Desta forma, assegura-se a conectividade de todos os seus arcos, bem como a correta orientação no sentido do escoamento, ou seja, garantir que o fluxo esteja sendo direcionado para a foz.
As figuras abaixo ilustram um comparativo de dois modelos da mesma área sem o ajuste e com a correção para MDEHC (Modelo Digital de Elevação Hidrologicamente Consistente), respectivamente.
Christian Vitorino, Diretor de Novos Negócios da TecTerra Geotecnologias, destaca que “a topografia por satélite e o LiDAR vieram para viabilizar projetos e estudos relacionados à gestão de barragens, dado à capacidade de entregar os dados de forma rápida e em grandes áreas, com alta precisão”. Ainda ressalta que, “no caso da topografia por satélite, consegue-se cobrir grandes áreas a custos mais atrativos”. Ele ainda explica que essas técnicas são desenvolvidas por operadoras internacionais e representadas no Brasil pela TecTerra Geotecnologias (www.tecterra.com.br)
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