Em face da guerra entre Rússia e Ucrânia e a pressão sobre a oferta global de fertilizantes, o conselho de diretores da Verde Agritech aprovou, por unanimidade, a aceleração dos investimentos da empresa para expandir a produção de adubos de potássio em Minas Gerais. A empresa quer se tornar o maior produtor do insumo no país.

O objetivo é ousado: sair das atuais 400 mil toneladas por ano para até 3 milhões de t ainda em 2022. Com uma licença obtida em fevereiro, a companhia pode explorar no momento 2,8 milhões de t de rochas potássicas, volume que poderá ser ampliado em mais 2,5 milhões de t caso obtenha nova autorização.

Os planos de expansão contemplam, inicialmente, uma segunda planta que está  em construção desde 2021. O start up da unidade, localizada em São Gotardo, Minas Gerais, está previsto para o terceiro trimestre deste ano.

A companhia informou, em comunicado ao mercado, que simultaneamente ao início das operações da nova unidade já vai trabalhar pela expansão de sua capacidade, de 1,2 milhão de t para 2,4 milhões de t, volume a ser alcançado ainda no último trimestre de 2022.

Com os investimentos, a companhia pretende se tornar a maior produtora de potássio do Brasil, com um volume anual de 3 milhões de toneladas neste ano.

Paralelamente, a AgriVerde dará início aos trâmites para a construção de uma terceira planta na região. A previsão é iniciar as obras em 2023, plano condicionado, segundo a empresa, à obtenção das licenças.

Para o novo plano de expansão, o conselho aprovou um investimento de R$ 51 milhões, valor que se soma aos R$ 22 milhões previamente aprovados para a construção da Usina 2.

A companhia explora minério rico em potássio, que é processado em produtos multinutrientes de potássio da Verde, BAKS® e K Forte®, vendidos internacionalmente como Super Greensand®.

Impactos no mercado de potássio

O Brasil ocupa o segundo lugar no consumo mundial de potássio e o primeiro em importação. O país depende de importações para mais de 96% de suas necessidades de potássio.

A produção de potássio da Verde no Brasil é estratégica para o desenvolvimento de uma oferta interna que contribuirá cada vez mais para reduzir a dependência do país de fertilizantes importados e atender a demanda brasileira de produção, consumo e exportação de alimentos.

Esta estratégia torna-se particularmente importante à luz dos recentes eventos geopolíticos envolvendo direta e indiretamente dois dos maiores produtores de potássio do mundo, Rússia e Bielorrússia.

Em 2021 o consumo brasileiro de potássio (em K2O) foi de 7,92 milhões[1], o que equivale a 79,2 milhões de toneladas do Produto Verde. Esse mercado foi de 3,99 milhões de toneladas (em K2O) em 2010 e 2,71 milhões de toneladas (em K2O) em 2000,[2] refletindo a crescente produção agrícola do Brasil.

“Nos últimos meses, acompanhamos a escalada das tensões na Ucrânia e nos preocupamos com o sofrimento dos inocentes pegos nessa disputa geopolítica. Dadas as últimas sanções aplicadas à Bielorrússia e à Rússia, estamos cientes do impacto colateral na agricultura do Brasil no caso de uma interrupção no fornecimento de potássio. Estamos igualmente preocupados com a escassez global de alimentos, que pode ser inevitável se houver uma quebra no fornecimento de fertilizantes”, comentou o fundador, presidente e CEO da Verde, Cristiano Veloso.