Situado no cerrado mineiro, entre Patos de Minas e Presidente Olegário, o projeto de mineração da Terra Brasil Minerals conta com uma jazida cujos recursos minerais ultrapassam 2 bilhões de toneladas de kamafugito, com teores significativos de titânio, elementos de terras raras, fosfato e potássio. A empresa busca investidor para avançar com o empreendimento, orçado em R$ 2,4 bilhões.
Os sócios da mineradora, os irmãos Eduardo Duarte de Freitas e André Luis Duarte Freitas já investiram R$ 220 milhões em pesquisas de viabilidade técnica e econômica de exploração da jazida, obtenção de licenças, desenvolvimento de tecnologias para extração e concentração dos minerais. A produção de fertilizantes deverá ser o carro-chefe da companhia.
Terra Brasil contratou um banco como assessor financeiro para buscar investidores para a nova fase do projeto. “Estamos na fase de coleta de informações para montar o ‘data room’. No início de 2025 devemos estar com o ‘valuation’ pronto e aí teremos a definição do que fazer”, afirmou ao Valor Luiz Werner Brandão, diretor de estratégia da companhia.
De acordo com a empresa, com baixo custo de lavra e longa vida operacional, o depósito mineral está caracterizado como um ativo de escala mundial, favorecido pela demanda crescente, preços sustentáveis, valor de mercado e viabilidade logística. A jazida da Terra Brasil está localizada a 70 km da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) e com acesso a rodovias federais, o que facilita a conexão com portos para a exportação de terras raras.
Sondagens já feitas indicam que a jazida tem 3,1 bilhões de toneladas de kamafugito, que podem ser explorados por até 50 anos. O kamafugito é um fertilizante natural e orgânico, eficaz na remineralização de solo. Dos 17 elementos que compõem as terras raras, 15 estão presentes na jazida: gadolínio, térbio, disprósio, hólmio, érbio, túlio, itérbio, lutécio, lantânio, cério, praseodímio, neodímio, samário, ítrio e európio.
De acordo com a empresa, o desenvolvimento da rota de processamento será realizado em escala de bancada e planta piloto, fundamentado nos resultados da mineralogia de processo e em estudos preliminares de processamento. Ele buscará a produção de fertilizantes fosfatados e de potássio, bem como a recuperação de titânio e elementos de terras raras identificadas na ocorrência mineral.
O grande desafio, afirma a mineradora, será desenvolver uma rota de processo inteligente, inovadora e sustentável, respeitando a premissa ‘rejeito zero’, o que possibilita otimizar o uso e aplicação de todos os recursos minerais existentes na jazida. “Buscaremos a produção de fertilizantes multinutrientes de liberação controlada, testados agronomicamente e de concentrados em especificações comerciais que também serão devidamente caracterizados. Para o titânio, esse desenvolvimento ainda contempla a redução e obtenção de ferro ligas de titânio para ligas especiais e recobrimento de superfícies”, diz comunicado da empresa.
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