Projeto obteve mais de 15,2% na produção e diminuiu 13,3% o custo específico do desenvolvimentoda Mineração Fazenda Brasileiro, totalizando ganho de R$ 1,84 milhão no custo anual
De autoria dos engenheiros Thiago Campos Borges, Diego Freitas de Oliveira, Nilton Carlos da Costa e Carlos Vinícius Gonçalves Ribeiro, além do supervisor de mina Francisco Edilson Pereira Fernandes, o projeto adotou metodologias conhecidas, como a Teoria das Restrições (TOC – Theory of Constraints) e o Ciclo Planejar, Fazer, Verificar, Agir (PDCA – Plan, Do, Check, Act), além de ferramentas como Pareto, Brainstorm, Diagrama de Causa e Efeito, Controle Por Operador, entre outras. Seus autores puderam identificar, mensurar e controlar todas as etapas da operação, viabilizando a identificação, eliminação e/ou redução das principais causas de perdas na produção, bem como o aumento dos custos.
A implementação das ações teve início pela adoção da TOC. A equipe técnica e gerencial formada para desenvolver o trabalho reuniu-se diariamente durante a fase de identificação e quantificação das causas de perdas na produção. Utilizando os dados obtidos por meio das planilhas diárias dos equipamentos, com os devidos tratamentos desses dados, foram criados Gráficos de Pareto para visualização das principais causas de parada das frotas envolvidas no ciclo operacional do desenvolvimento. Depois de levantadas as informações, a equipe constatou que a maior restrição e a fonte de perdas na produção estavam na frota de jumbos, na qual foram identificadas as principais causas que geravam um baixo fator de utilização dos equipamentos 23,4% na média mensal em 2012.
Após a quantificação, identificação e priorização das causas de parada dos equipamentos de perfuração horizontal, traçou-se um plano de ação para reduzir e/ou eliminar as causas de perdas na frota de jumbos. Entre as principais causas de parada da frota estavam a falta de operadores de jumbos, os atrasos na descida para a mina e na marcação das frentes, e a parada por aguardar materiais de perfuração.
A seguir com a metodologia PDCA, foram identificados novos gargalos a cada análise semanal e planejados e executados novas ações. Caso fossem consideradas efetivas, as mesmas eram padronizadas. Os resultados da identificação e eliminação/redução das causas de parada na frota de jumbos geraram um aumento de 53% no fator de utilização médio de 2013, em relação a 2012.
O aumento da eficiência do fogo foi outro ponto que colaborou para aumentar a produtividade e reduzir os custos, já que quando iniciado os trabalhos de melhoria do desenvolvimento, o avanço médio por fogo era de 3,24 metros (de 3,90 metros perfurados), ou seja, uma eficiência de 83%. Para identificar falhas operacionais e/ou problemas técnicos com o plano de fogo, foram feitos acompanhamentos das atividades de perfuração e do carregamento das frentes de desenvolvimento, os quais foram constatados a falta de paralelismo dos furos, os bits com diâmetro reduzidos e desgastados, a inconformidade dos furos em relação ao plano de fogo e o plano de fogo inadequado. As ações corretivas para os respectivos problemas geraram ganho por fogo de 17 cm, em média, aumentando sua eficiência em 5,1%.
O nível de qualificação e a experiência dos operadores são fatores de peso na produtividade. Com o objetivo de identificar a produtividade individual dos operadores para traçar planos de capacitação, visando à melhoria no desempenho dos operadores com menor produtividade, foram implementados controles de performance por operadores e turmas.
Com a identificação das equipes e dos profissionais mais produtivos, foram tomadas ações para diminuir a diferença, tomando a performance desses como a referência a ser alcançada. Ou seja, foram tomadas ações para nivelar a capacidade produtiva dos operadores e turmas, baseado no desempenho do grupo mais produtivo. O controle de produção por operador também auxiliou no acompanhamento da evolução dos operadores em treinamento, permitindo estabelecer um comparativo de seu desempenho para identificar os destaques positivos e negativos e, dessa forma, tomar as devidas ações.
A identificação e a redução das causas de perdas operacionais em todas as etapas que compõem o ciclo operacional do desenvolvimento de mina resultaram em ganhos diretos na produção média mensal em 15,2%, e diminuição no custo específico (US$/m) em 13,3%. A redução total no custo do desenvolvimento de mina foi estimado em R$ 1.844.661,00 em 2013.
Assim, a equipe da Mineração Fazenda Brasileiro mostrou ser possível alcançar ganhos significativos em produção e custos com a utilização das metodologias TOC e PDCA.Os trabalhos de melhoria continuam sendo aplicados na rotina da mina, já que sua continuidade é avaliada como de extrema importância se atingir resultados ainda mais consistentes.
Conheça os autores do projeto
Thiago Campos Borges– É graduado em Engenharia de Produção e mestre em Engenharia Mineral, ambos pela Universidade Federal de Ouro Preto, e também possui MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. É o Engenheiro de Minas da Yamana Gold e líder do projeto.
Diego Freitas de Oliveira– Formado em Engenharia de Produção pela Faculdade do Noroeste de Minas, possui MBA em Gestão de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas e formação Black Belt na Votorantim Metais Zinco. É responsável pela área de PCP e planejam
ento estrat&eacu
te;gico da Yamana Gold – Mineração Fazenda Brasileiro.
Nilton Carlos da Costa– Graduado em Engenharia Elétrica pelo Centro de Ensino Superior de Conselheiro Lafaiete, possui pós-graduação em Engenharia de Produção pela Uninter e MBA em Gestão Econômica de Recursos Minerais pela Fundação Gorceix e em Gestão de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Carlos Vinícius Gonçalves Ribeiro– É formado em Engenharia de Minas pela Universidade Federal da Bahia e cursou MBA em Gestão de Projetos na Fundação Getúlio Vargas. É hoje Coordenador de Mina da Yamana Gold – Mineração Fazenda Brasileiro.
Francisco Edilson Pereira Fernandes– Formado como técnico em Mineração pela Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte e graduado em Administração de Empresas pela Unopar, é supervisor de Mina da Mineração Maracá Indústria e Comércio (MMIC)/Yamana.
Leia o projeto na íntegraaqui!
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