Objetivo do programa da Imerys é atenuar a carência cultural do município de Barcarena (PA)

Realizado desde 2009 pela Pastoral do Menor de Vila do Conde de Barcarena (PA) em parceria com a merys, o projeto contribui com a formação da cidadania e valorização do desenvolvimento humano de crianças e adolescentes, por meio de atividades artísticas e educacionais

Por Ivelene Moura e Clara Segón*

A Imerys Rio Capim Caulim faz parte do Grupo Imerys, de origem francesa, presente em mais de 50 países, em todos os continentes. No Pará, possui duas minas de extração de caulim (RCC e PPSA) que lhe garantem o destaque de ser a maior beneficiadora desse minério no mundo. Com foco voltado para o desenvolvimento de novos negócios que tenham como base o caulim, a Imerys Capim está atenta às necessidades do mercado para propor soluções inteligentes e sustentáveis.

Em operação no Pará desde 1996, a Imerys trouxe para o Estado a experiência do grupo, líder mundial em soluções especiais de base mineral para a indústria. Em 2010, a empresa adquiriu a Pará Pigmentos S.A. (PSSA), que pertencia ao Grupo Vale. Com estrutura duplicada, a mineradora passou a ter a maior planta de beneficiamento de caulim do mundo e 71% de participação na produção de caulim no Brasil.

Nas operações da Imerys Capim, o minério é extraído de duas minas em Ipixuna do Pará que fica às margens do Rio Capim. O caulim é transportado por minerodutos até Barcarena, onde é beneficiado e embarcado no porto privado. A maior parte do minério tem como destino o mercado internacional.

Das minas em Ipixuna do Pará, o caulim é transportado por dois minerodutos, que passam por Tomé-Açu, Acará, Mojú, Abaetetuba até chegar em Barcarena. No percurso, os dutos ainda atravessam os rios Acará Mirim, Acará e Mojú. O mineroduto que sai da mina RCC tem a extensão de 160 km e o que sai da mina PPSA tem 180 km.

A companhia preza pela qualidade e segurança dos seus processos, geridos por um Sistema de Gestão, baseado nas normas ISO 9001:2008 e 14001:2004 e OHSAS 18001:2007.

Acreditamos que uma estratégia de negócios baseada na alta qualidade só pode ser mantida com práticas de negócios focadas nos princípios do desenvolvimento sustentável e de longo prazo.

Gerenciar a expectativa das comunidades vizinhas a nossas operações industriais e de mineração é um fator social fundamental para o cumprimento de nossos objetivos corporativos. Transparência, abertura e diálogo formam a base das relações construtivas que buscamos construir. Dentro deste quadro, desenvolvemos projetos para o fomento de:

* Desenvolvimento econômico local: a Imerys promove projetos de geração de renda e o desenvolvimento de fornecedores locais, como forma de impulsionar a economia nas áreas em que atua;

* Educação formal e formação profissional: entendemos que essas são as ferramentas necessárias para o desempenho, progresso, independência e sucesso das comunidades;

* Qualidade vida: através de espaços de lazer, promoção de atividades lúdicas, desportivas, arte, cultura e o entretenimento saudável. Funcionários, voluntários das comunidades locais e outros parceiros têm investido uma quantidade significativa de tempo e esforço nesses projetos.

O projeto

A música é um fenômeno universal, que está presente na história de todos os povos e civilizações, em todo o globo, desde a pré-história. E, desde os primórdios, a música faz parte do dia-a-dia das comunidades, se manifestando de diferentes maneiras, em ritos, festas e celebrações das mais diversas. Na verdade, é praticamente impossível encontrar uma pessoa que não goste de ouvir, cantar e dançar.

Assim, é patente em todas as esferas de nossa sociedade que a música tem um papel primordial como forma de lazer e na socialização das pessoas, pois ela cria e reforça laços sociais e vínculos afetivos. Além disso, a música exerce um relevante papel na formação cultural das pessoas, por meio do repasse de ideias, informações e conceitos, servindo para o aprimoramento do aprendizado.

Baseando-se nesse enorme conhecimento do papel que a música possui em nossa sociedade, diversas organizações têm incluído essa arte em seu cotidiano e a Imerys desde 2009, em parceria com a Pastoral do Menor de Vila do Conde financia esta atividade com objetivo de melhorar o aprendizado, aproximando mais ainda essa arte da vida dos alunos. Sabendo que em nossa cidade a música, em suas diferentes formas de expressão, faz parte do cotidiano de crianças e adolescentes foi o que nos motivou a criar uma proposta de trabalho diferenciado através do “Projeto Tambores do Conde”.

Ressaltamos que esse projeto vem reforçar outros trabalhos e ações que já estão em andamento pela Imerys, e têm demonstrado que a arte da música contribui para a criação de relacionamento sociocultural além do bom relacionamento entre comunidade e a Imerys. Acreditamos que com a inserção da música no dia-a-dia e no cotidiano de nossa comunidade poderemos ocupar de forma prazerosa o tempo ocioso de nossas crianças e adolescentes, contribuindo assim para sua formação integral.


Tambores do Conde, projeto voltado ao atendimento de crianças e adolescentes, se apresentando na Exposibram e no Theatro da Paz, no Pará

A regionalidade paraense traduzida em música

O projeto Tambores do Conde é um projeto social realizado pela Pastoral do Menor de Vila do Conde, no município de Barcarena, no Pará. Trata-se de um projeto voltado para objetivo de contribuir com a formação da cidadania e valorização do desenvolvimento humano de crianças e adolescentes, por meio de atividades artísticas e educacionais.

O projeto foi criado com o intuito de atender crianças e adolescentes em situação de venerabilidade social e/ou econômica, procurando priorizar o desenvolvimento pessoal e social da criança e na questão da educação. Seguindo esses fatores o projeto foi concebido para atender crianças de sete a 18 (incompletos) de idade, residentes nas imediações de Vila do Conde, Barcarena.

Ev

olução histórica do projeto

A criação de um do Programa Criança e Arte na Pastoral do Menor de Vila do Conde, tem como objetivo de atenuar a carência cultural do município de Barcarena, bem como, minimizar os problemas causados pela exclusão social, principalmente entre as crianças e adolescentes vulneráveis socialmente.

O Projeto Tambores do Conde foi criado dentro das oficinas do Programa Criança e Arte, no ano de 2009 e pode ser dividido em duas fases: uma primeira de diagnostico social/ pesquisa de campo no local onde se pretendia desenvolver o projeto; e uma segunda que se traduz na própria implementação e desenvolvimento do projeto. Serrão define a importância do diagnóstico social. (1999, 44):

A importância do diagnóstico é que os dados colhidos auxiliem a conhecer melhor o problema e o contexto no qual o trabalho será realizado. De posse dos dados coletados segue-se ao atendimento da situação de modo a decidir qual o ruma a ser tomado e que objetivos perseguir para resolver e/ou enfrentar as necessidades diagnosticadas. Certamente vários problemas serão apontados, mas para que o trabalho possa surtir resultados, é preciso priorizar, ou seja, escolher dentre as necessidades aquelas que estão mais ao alcance de nossa intervenção.

Terminada a fase do diagnostico social e tendo em mãos todos os dados necessários, partiu-se imediatamente, em razão da própria necessidade, para a segunda fase, ou seja, a implementação do “Tambores do Conde”, que ocorreu em fevereiro de 2009. A escolha das crianças é feita através de um processo de seleção, onde são realizadas entrevistas com os pais ou responsáveis. O projeto atende crianças entre sete e 18 anos incompletos que encontram-se em situação de risco econômico e/ou social.

No primeiro ano de sua implementação em 2009, o projeto atendeu 20 crianças. No ano seguinte o projeto foi cada vez mais se fortalecendo, vindo a ser por várias vezes objeto de reportagem na imprensa local por se tratar da construção e formação de um grupo de crianças em musicalização e percussão utilizando como componentes musicais artigos naturais e reutilizáveis.

No ano de 2010, já consolidado, o projeto Tambores do Conde passou por mudanças, foram acrescentadas novas oficinas, com intuito de melhorar a qualidade no atendimento às crianças e fazer cumprir os objetivos do projeto, incluiu as atividades de expressão corporal que engloba as oficinas de canto coral, dança e teatro.

O projeto funciona todos os sábados, no período vespertino, sendo que a coordenação do projeto promove as segundas um encontro com os voluntários da Pastoral do Menor. O grupo Tambores do Conde passou a fazer apresentações pontuais em eventos da Imerys como: Feira de Responsabilidade Social da Imerys e eventos na comunidade de Vila do Conde.

Em 2013, o grupo cultural, do projeto Tambores do Conde recebeu muitos convites para apresentação na capital paraense, bem como, na Imerys e em Barcarena. Feira Panamazônica do livro, Escola de música Maestro Carlos Gomes e lançamento do Show Raízes no centenário Teatro da Paz, em Belém do Pará. Em 2014, o Projeto avança não só em amadurecimento técnico em musicalização e teatro, mais dá um passo adiante, faz a apresentação de seu primeiro DVD, chamado “Raízes”.

No repertório sempre músicas que resgatam o folclore regional (carimbó, merengue e siriá) e a música popular brasileira. Tambores do Conde se traduz em um som e batuque único originários da cultura paraense e brasileira.

Objetivos e resultados

É indiscutível o crescimento individual e coletivo do Grupo Tambores do Conde, desde sua criação até os dias de hoje, a partir da maturidade de cada um de seus integrantes. Tantos os jovens participantes, quanto seus responsáveis, pais e professores dão depoimentos emocionados quanto ao fato de que o Tambores do Conde é o projeto responsável pelo bom desenvolvimento individual e coletivo.

É notório o quanto essa ferramenta é importante para aproximar os jovens e que, por meio da música e do teatro é possível refletir, discutir e melhorar aspectos fundamentais como disciplina, comprometimento, responsabilidade, cumplicidade. A qualificação artística alcançada ao longo desses anos é também muito notada em todos os espaços em que os “Tambores do Conde” se apresentam.

Além do sucesso por belíssimas apresentações, a compreensão do senso coletivo, onde cada um tem suas atribuições e funções, é um aspecto fundamental a ser destacado para que seja possível compreender a importância desse trabalho. O Grupo Tambores do Conde tem mostrado muita maturidade na condução do trabalho coletivo. Mesmo com algumas dificuldades naturais do grupo é possível notar o envolvimento e o dinamismo do grupo no decorrer das atividades desenvolvidas, em especial das apresentações artísticas do grupo.

Considerações finais

Conclui-se a presente proposta de projeto social com a certeza de que, é indiscutível a importância de projetos sociais no combate à desigualdade social, um mal presente na maioria das comunidades carentes do nosso País.

O artigo 4º do estatuto da Criança e do Adolescente traz, claramente, que é dever, também, da sociedade garantir a efetivação dos direitos da criança e do adolescente, dentre eles, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à convivência familiar e comunitária.

O projeto Tambores do Conde foi criado para atender crianças e adolescentes que vivem em situação de exclusão social, dando-lhes a oportunidade de um melhor desenvolvimento pessoal e social, tratando-as com todo respeito e dignidade que merecem, através da arte-educação.

Convém destacar que os resultados alcançados pelo projeto Tambores do Conde, apresentados nesse artigo, deve-se, fundamentalmente, entre Imerys (financiadora do projeto social), Pastoral do menor de Vila do Conde, das crianças e adolescentes e do apoio incondicional da comunidade local.

Não há dúvida que quando se trabalha na melhoria da situação socioeducativa da criança e do adolescente, dando-lhe a oportunidade de um futuro melhor, estamos melhorando não só a vida desses jovens, como também, de toda a sociedade, além de contribuir para o cumprimento legal no que se refere à garantia dos direitos e deveres da criança e do adolescente.


Imerys desde 2009 financia esta atividade, em

parceria com a Pastoral do Menor de Vila do Conde, no Pará

Referências bibliográficas

BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Estatuto da criança e do adolescente (Lei nº 8069/1990). 3. ed. Brasília: Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, 2004.

SERRÃO, Margarida. Aprendendo a ser e a conviver. 2 ed. São Paulo: FTD,1999.

*Artigo escrito por Ivelene Moura, assistente de Relações com a Comunidade, e Clara Segón, coordenadora de Relações com a Comunidade, ambas da Imerys, e inscrito para participar do 17º Prêmio de Excelência da Indústria Minero-metalúrgica Brasileira.