Implantação de sistema inteligente na flotação da AngloGold Ashanti otimiza uso de reagentes, melhorando produtividade e reduzindo custos
O projeto, implementado na planta Cuiabá, visou reduzir custos com reagentes de processos por meio da implantação de um sistema especialista, responsável pelo controle da dosagem desses insumos em função das necessidades de alimentação do processo de flotação.
“Com a implantação de um sistema especialista, com uma lógica pré-definida, buscamos uma padronização da operação. Antes do projeto, nós tínhamos uma variabilidade muito grande, cada equipe tinha uma fora de operar”, afirma Carvalho.
Carvalho ressaltou que a unidade conta, desde 2013, com um sistema especialista de flotação, que foi desenvolvido de acordo com os dados técnicos e especificidades obtidas pelos operadores de flotação. “É importante dizer que as equipes de flotação nos ajudaram a desenvolver a nossa lógica de controle. Vale destacar também a infraestrutura da empresa em termos de instrumentação e a automação na sala de controle”.
De acordo com o engenheiro, o sistema especialista implantado, contempla, basicamente, uma lógica de controle para dosagem de reagentes nas células de flotação da planta, programadas de acordo com as características operacionais e do mineral do processo.
“O sistema especialista objetiva um ganho de produtividade. Nele, nosso controle da flotação é feito pela correlação do teor de enxofre do minério em relação ao teor de concentrado. Por exemplo, se o teor de enxofre aumenta, o teor de ouro aumenta junto. Essas relações são importantes para obter um controle da especificação do produto, que no caso do nosso concentrado tem que ter um teor de enxofre acima de 30%”, explica.
Um conjunto de câmeras faz o monitoramento da velocidade de transbordo da célula de flotação. A célula possui nove pontos de dosagem de reagentes, sendo cinco de coletor, dois de ativador e dois de espumante. “Para cada ponto de dosagem nós temos um sistema de medição (flow meter) e sistema de controle de válvulas, onde é distribuído a dosagem de reagentes”, destaca Carvalho.
Na sala de controle, os resultados da flotação são comparados entre si e é verificado se as dosagens de reagentes seguem as metas estabelecidas. Nos últimos dois anos (2013 e 2014), a companhia obteve uma redução de 13% nas dosagens do ativador, 15% do coletor, representado uma economia de US$ 470.000.
A planta de Cuiabá tem capacidade de processamento de 1,6 milhão t por ano, com teor de alimentação de 6 a 7 gramas por tonelada. A recuperação gravimétrica é da ordem de 25%, a recuperação mássica da flotação é em torno de 15%, a recuperação de ouro 96% e a recuperação de enxofre 92%.
A unidade processa o material proveniente das minas de Cuiabá e Lamego, esta última distante 15 km da planta, com volumes mássicos de 75% e 25%, respectivamente.
Fonte: Revista Minérios & Minerales
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