SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) – A Vale informou que espera receber as autorizações necessárias para retomar ainda no primeiro trimestre as operações na unidade de Timbopeba, em Minas Gerais, usando processamento a seco.

A paralisação de unidades em Minas, incluindo Timbopeba, ocorreu como consequência de uma revisão de processos de segurança que se seguiu ao desastre de Brumadinho.

A mineradora disse ainda que as atividades de processamento a úmido em Timbopeba devem ser retomadas somente no quatro trimestre, após a conclusão da instalação de um duto para disposição de rejeitos em cava.

A companhia disse, contudo, que “alternativas estão em avaliação para antecipar o uso de processamento a úmido” em Timbopeba.

As atualizações foram divulgadas juntamente com os resultados do quarto trimestre, no qual a companhia teve prejuízos de 1,56 bilhão de dólares, com impacto do desastre de Brumadinho e outras baixas contábeis em ativos no exterior.

Timbopeba está dentro do plano da empresa de retomar a capacidade de produção de aproximadamente 40 milhões de toneladas ao ano, volume este que inclui outras unidades.

A meta é retomar uma produção adicional de 15 milhões de toneladas/ano em 2020 e 25 milhões de toneladas/ano em 2021, “uma vez que (a empresa) já alcançou diversos marcos e que o trabalho para os demais está em andamento, enquanto conversas com a ANM (Agência Nacional de Mineração), o MPMG (Ministério Público-MG) e as empresas de auditoria externa estão progredindo”.

A retomada da operação de Fábrica é esperada no segundo trimestre de 2020. “Primeiramente, é necessário executar testes de vibração para certificar a ausência de impacto nas estruturas do site, cuja realização depende da aprovação da ANM e de auditoria externa do MPMG”.

A Vale espera operar no local utilizando o método de processamento a úmido, com a disposição de rejeitos na barragem de Forquilha V, a partir do terceiro trimestre.

Já a retomada da planta de pelotização de Vargem Grande é esperada para o terceiro trimestre.

“O pellet feed para produção de pelotas será provido pela planta de beneficiamento do site, o que exigirá a disposição de rejeitos na barragem de Maravilhas I e na pilha de estéril Cianita até o start-up da barragem de Maravilhas III, previsto para o quarto trimestre.”

Em Minas, a Vale ainda opera com sua maior mina, Brucutu, em capacidade inferior ao total, após decidir suspender temporariamente em dezembro de 2019 o descarte de rejeitos na barragem de Laranjeiras.

Sendo assim, a Vale disse que até pelo menos o final de março de 2020 a planta de Brucutu operará com cerca de 40% de sua capacidade.

O impacto da suspensão temporária foi estimado em 1,5 milhão de toneladas por mês, aproximadamente.

FONTE: R7