A Hochschild Mining vai iniciar seu primeiro projeto minerário no Brasil. Será uma mina de ouro no interior de Goiás, com ações programadas para começar no primeiro trimestre de 2024. A transação foi fechada por US$ 106 milhões, no final de março, e a previsão de investimentos é na ordem de R$ 900 milhões.

No fim de novembro do ano passado, o grupo finalizou a aquisição da mineradora Amarillo Gold, sediada em Toronto e dona do projeto de ouro Mara Rosa, que conta com 66 mil hectares em requerimento de lavra, sendo desse total 2,4 mil hectares já com portaria de lavra. Mara Rosa também é o nome do município onde a mina está localizada, no norte de Goiás.

A previsão é de produzir 102 mil onças (cerca de três toneladas) de ouro nos quatro primeiros anos de operação. E 80 mil nos anos seguintes, com vida útil inicial estimada em dez anos.

“Os números iniciais de Mina de Mara Rosa já são bastante positivos, mas é importante salientar que ainda temos um grande potencial de expansão, como novos depósitos. Essa é também uma das minhas missões, garantir esse crescimento brownfield”, destaca o executivo Edson Del Moro, escolhido pela empresa para liderar os planos da companhia no país e dar continuidade ao projeto de ouro Mina da Posse.

Antes de oficializar a compra do projeto Mara Rosa, foram avaliadas diferentes oportunidades em diversos países.  Uma das investidas foi na mina de Timbopeba, que pertence à Vale, em Minas Gerais.

“A conclusão da companhia é que o Brasil é um país confiável, seguro e com um histórico de vocação mineral, que, certamente, garante excelentes perspectivas”, avalia o executivo Edson Del Moro, que tem mais de três décadas de experiência no setor de mineração.

A mina

O projeto é de uma mina a céu aberto (open pit) e conta com boa infraestrutura na região onde está localizada – acesso à mina, rodovias federais, serviços e mão de obra. A operação, informa a empresa na nota, não terá barragem de rejeitos. Será utilizado o sistema “dry stacking”, de empilhamento a seco, recuperando 85% da água dos rejeitos ao processo de beneficiamento, em um circuito fechado.

O material sólido será prensado e empilhado. De acordo com a empresa, o projeto obteve a licença de instalação no ano passado e está em fase de conclusão do licenciamento ambiental para dar início às obras.

Sobre a Amarillo Mineração do Brasil

Empresa de metais preciosos, a Amarillo Mineração do Brasil tem foco em pesquisa e desenvolvimento de projetos, atuando no país desde 2004. Em 2022 tornou-se subsidiária da Hochschild Mining PLC, empresa listada na Bolsa de Valores de Londres, e tem como ativo o projeto Mara Rosa. Em 2021, a empresa recebeu a primeira Licença de Instalação para o projeto e segue rumo à etapa de construção, com expectativa de produção comercial para 2024 e previsão de produzir 102 mil onças de ouro nos 4 primeiros anos da operação. Atualmente, está em fase de conclusão do licenciamento ambiental para início das obras.

Sobre a Hochschild Mining

A Hochschild Mining tem mais de 50 anos de história em exploração de depósitos de ouro e prata nas Américas. Nas primeiras décadas de suas operações, o grupo concentrou-se na comercialização de minerais. Durante a Segunda Guerra Mundial, foi um importante fornecedor de estanho e outros metais para as forças aliadas.

Na década de 1960, o Grupo Hochschild desenvolveu a mina Arcata no Peru, que ainda está em produção hoje. Em novembro de 1984, as operações de mineração sul-americanas do Grupo Hochschild foram vendidas para a Anglo American Corporation of South Africa que, no mesmo mês, vendeu as operações peruanas do Grupo Hochschild para um grupo de empresas.

Entre 2001 e 2006, abriu escritórios de exploração e identificou vários projetos e prospectos no Peru, Argentina, México e Chile e celebrou vários acordos de joint venture com parceiros de mineração. Em 2006, o Grupo foi listado na Bolsa de Valores de Londres (IPO Prospectus) e arrecadou US$ 515 milhões. Em junho de 2007, abriu sua primeira operação na Argentina, e posteriormente abriu a mina Moris no México (agosto de 2007).

Três anos depois, a empresa mudou seu foco estratégico para o crescimento por meio da exploração e, em 2011, o orçamento de exploração foi aumentado em 40% para US$ 70 milhões. Em 2012, teve recorde de US$ 90 milhões.

Em janeiro de 2012, a companhia anunciou a conclusão bem-sucedida dos estudos de viabilidade dos Projetos Avançados Inmaculada e Crespo, que deverão contribuir com uma produção média anual atribuível de 10 milhões de onças equivalentes de prata, aumentando os níveis atuais de produção em 50%.

Em novembro de 2012, a companhia anunciou a aquisição da Andina Minerals Inc, que detém o Volcan Gold Deposit no prolífico cinturão de ouro Maricunga no Chile, bem como uma participação de 49% no projeto Encrucijada Company Maker da Hochschild, próximo a Dorado, e uma participação de 50% no Pampa Buenos Aires, uma propriedade de ouro e prata no norte do Chile.

Em dezembro de 2013, a companhia concluiu a aquisição dos 40% restantes da mina Pallancata e do Projeto Avançado Inmaculada. Dois anos depois, anunciou a produção comercial da mina Inmaculada, sua maior operação até o momento.