A Fundação Renova tem novo presidente. O executivo Paulo Misk, que estava na Largo Inc – empresa canadense referência ESG que produz vanádio no Brasil desde 2014 – assumiu no último dia 10 a entidade criada para gerir as reparações causadas pelo rompimento da barragem de rejeitos de Fundão, em Mariana (MG), ocorrida em 2015 e que pertence à mineradora Samarco.
Graduado em engenharia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Paulo Minsk assumiu no último dia 10, em lugar de André Freitas, que estava na função desde 2018 e deixou a Fundação alegando razões pessoais.
O novo presidente tem, no currículo, passagens pela Anglo American, AMG e outras empresas. “A Fundação Renova seguirá comprometida com a reparação, tendo como prioridade as entregas estabelecidas no Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta (TTAC) firmado entre a Samarco, suas acionistas Vale e BHP, os governos Federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo”, afirma Paulo Misk.
Sobre o desastre
Às 16h20 do dia 5 de novembro de 2015, a barragem de Fundão, de propriedade da mineradora Samarco, controlada pelas empresas Vale e BHP Billiton, se rompeu, despejando cerca de 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro. A lama de rejeitos devastou o distrito de Bento Rodrigues, situado a cerca de 5 km abaixo da barragem, foi carreada até o Rio Gualaxo do Norte, a 55 km, desaguando no Rio do Carmo, atingindo em seguida o Rio Doce, afetando também o litoral do estado do Espírito Santo.
O barramento, classificado como classe III, de alto potencial de dano ambiental, era destinado a receber e armazenar o rejeito gerado pela atividade de beneficiamento de minério de ferro. O rompimento da Barragem de Fundão causou efeito em cadeia, ocasionando o extravasamento da Barragem Santarém, de acumulação de água, e retenção de sedimentos, localizada também na área da empresa.
Reparação
De acordo com informações divulgadas pela Fundação Renova, a reparação está “em um momento de entregas consistentes”. Famílias estão se mudando para o distrito de Bento Rodrigues (Mariana) e, em Paracatu, as primeiras chaves das casas foram entregues.
Até maio deste ano, mais de 417 mil pessoas receberam R$ 14,1 bilhões em indenizações e Auxílios Financeiros Emergenciais. Ações integradas de restauração florestal, recuperação de nascentes e saneamento estão acontecendo ao longo da bacia do rio Doce e visam à melhoria da qualidade da água. Até maio de 2023, foram destinados R$ 30 bilhões às ações de reparação e compensação do rompimento.
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