O professor Villas-Boas é unanimidade no CETEM no Rio de Janeiro, sem desmerecer os dedicados pesquisadores que atuaram — e atuam — na instituição por décadas. Como disse o Prof. Rotênio Castelo Chaves Filho, Villas-Boas foi um visionário e pioneiro. Dirigiu o CETEM desde seu início de atividades em 1978, por quase 20 anos. Foi Secretário de Novos Materiais do então Ministério de Ciências e Tecnologia na gestão Renato Archer e professor da Escola de Engenharia e da Coppe/UFRJ. A derradeira homenagem foi prestada em 2016 pela entidade International Mineral Processing Council ao conceder-lhe o “Distinguished Service Award”, em votação secreta entre os conselheiros, “considerando as muitas e notáveis contribuições dadas ao Processamento Mineral”.
Um estudo de larga repercussão foi sobre áreas de jazidas de ouro contaminadas por mercúrio e os efeitos dramáticos sobre o ambiente, o trabalhador nos garimpos e as comunidades próximas, realizado no Brasil e Indonésia, quando CETEM ganhou concorrência internacional para coordenar o projeto chamado Mercúrio Global, que foi financiado pela Global Environmental Facility em 2003. Participaram dos trabalhos o Instituto Evandro Chagas, de Belém, PA, e o Instituto de Medicina Forense, da Universidade de Munique, Alemanha, representando o governo indonésio.
Coautor ou autor de mais de 20 livros e trabalhos técnicos sobre processamento mineral, pode-se afirmar que os principais depósitos minerais do País tiveram suas rotas de processo desenvolvidas no CETEM em algum momento, sempre em parceria com outras consultorias de tecnologia mineral. O site entmme.org registra trabalhos do Prof. Villas Boas como autor ou em coautoria, nos estudos de cinética de flotação do minério de cobre de Caraíba; flotação de minério oxidado de zinco de baixo teor; analisou as perspectivas do Brasil em minerais estratégicos; porque buscar novas rotas de produção para alumínio; abordou os impactos socioambientais relacionadas à mobilidade relativa do mercúrio em rejeitos, solos e sedimentos em regiões de garimpo; entre outros temas relevantes.
O CETEM acaba de comemorar em abril passado 45 anos de atuação em evento realizado no auditório da sua sede que leva o nome do Prof. Villas Boas, quando a diretora Silvia França destacou a realização de concursos para pesquisadores e tecnologistas; credenciamento do CETEM como unidade do modelo Embrapii; início do planejamento estratégico adiante; além de consolidar as parcerias atuais e buscar novas.
Ressaltou eventos realizados sobre reaproveitamento de resíduos eletroeletrônicos, como fonte secundária de metais estratégicos; terras raras, cuja produção é dominada pela China; rochas ornamentais do Nordeste e o lítio, que reforça a projeção do Brasil como importante estrela no cenário global na busca por metais da transição energética. Temos certeza que o Prof. Roberto Villas Boas vai se juntar às nossas congratulações aos autores dos projetos eleitos pelo Júri Independente do 26º Prêmio de Excelência, os quais estão resumidos nesta edição, e que mostram mais uma vez a força da Inovação!