Produtora de curto prazo de concentrado de lítio de alta qualidade e baixo custo no ‘Vale do Lítio’ do Brasil, uma região de importância global para a produção de lítio em rocha dura, a Lithium Ionic anunciou, recentemente, o investimento de US$ 266 milhões em um projeto no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, para o qual já está concluído o estudo de viabilidade sobre o depósito de lítio: o Projeto Bandeira.
Concluído em maio deste ano, o levantamento demonstrou uma operação de mineração de baixo custo de 14 anos produzindo 178.000 tpa de concentrado de espodumênio de alta qualidade (5,5% Li2O), resultando em um VPL8 pós-impostos de US$ 1,3 bilhão e uma TIR de 40%.
Bandeira está localizada no mesmo distrito do projeto Grota do Cirilo, da Sigma Lithium Corp., um dos maiores produtores de lítio do mundo, bem como da mina Cachoeira da CBL, uma mina subterrânea que produz lítio desde 1993. A empresa espera a liberação da Licença Ambiental Concomitante (LAC), solicitada em novembro de 2023, para dar início à construção – o que é esperado para o terceiro trimestre deste ano. A operação em Minas pode começar já no ano que vem.
As áreas abrangem 157 hectares, o que representa1% do pacote de terras de 14,2 mil hectares da companhia canadense na região, recentemente batizada de “Vale do Lítio” pelas autoridades estaduais, que está se tornando uma importante região produtora de lítio em pegmatitos no mundo.
O plano de desenvolvimento “contempla uma operação de mineração subterrânea com um circuito de processamento simples, para otimizar as recuperações e minimizar o impacto no meio ambiente e nas comunidades locais”, informou a empresa. Por razões ambientais e de segurança, a mina utilizará a disposição de resíduos empilhados a seco, o que, entre outros benefícios, reduzirá o uso de água e facilitará a reabilitação do local.
Renato Costa, diretor de Engenharia da Lithium Ionic, informou que o foco da empresa está no aumento da recuperação do lítio, o ‘ouro branco’, que está menor que 0,5 mm – hoje está em 69% e a meta é chegar aos 75%. Os trabalhos estão sendo desenvolvidos graças à associação de equipamentos utilizados em outras áreas como, por exemplo, para ouro, para metais pesados, aplicando para o espodumênio. Segundo Renato, a vantagem é por se tratar de um material mais barato, porque já foi retirado da mina, então seria descartado.
O diretor da Lithium Ionic garantiu que, apesar de mais fino, este minério terá a mesma qualidade, pois será transformado em composto químico. Todas as frações serão lixiviadas e dissolvidas em ácido sulfúrico para formação do sulfato de lítio e, na sequência, receber adição de carbonato de sódio para precipitar o “ouro branco”.
O plano de mineração do estudo baseia-se numa estimativa de recursos medidos e indicados de 20,95 milhões de toneladas de espodumênio com 1,35% de Li 2 O (697 mil t de LCE), além de 16,91 milhões t de recursos inferidos, com classificação de 1,40% de Li 2 O (584 mil t de LCE) inferida. Posteriormente, o plano deve incorporar novos recursos quantificados após estudo de avaliação preliminar.
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