The Economist alerta para que não se culpe apenas os especuladores pela montanha russa dos preços das commodities, incluindo petróleo.

Há fundamentos mais importantes. Nos 50 anos passados, estes preços em termos reais têm recuado com relação a outros bens e serviços, por excesso de oferta dos produtores. Mas essa curva em baixa teve momentos de volatilidade e diversos choques por cortes na oferta, como ocorreu nos anos 1970, quando houve uma alta generalizada durante alguns anos – o embargo árabe de petróleo em 1973, colheitas medíocres em 1972 e 1974 e a revolução no Irã em 1979.

A alta de preços dessa década foi provocada por demanda em expansão. A economia mundial cresceu à média de 4,5% entre 2003 e 2007, puxada pelos países emergentes, com taxas médias de 7,5% ao ano, sobressaindo-se a China, com 10,6% na média anual. Na medida que se expandiam, a demanda desses países por commodities industriais elevou-se a taxas maiores ainda.

Os governos também têm responsabilidade na alta de preços, como os preços de diesel subsidiados nos países produtores e grandes importadores como China e Índia, estimulando o desperdício. Os biocombustíveis criaram outra distorção nos países ricos, onde induziram demanda explosiva por milho e óleos vegetais, por causa de subsídios. Calcula-se que esse uso é responsável por cerca de 50% da alta de preços desses alimentos. Os países ricos, entretanto, preferem ignorar suas próprias políticas agrícolas e de energia e culpam a demanda crescente dos emergentes.

Mas a alta de preços dos commodities já produziu reações, como a queda do consumo do petróleo nos EUA. E a recente crise financeira global lançou a economia mundial em retração, cuja severidade é difícil de prever. Os preços dos metais já caíram cerca de 30% pelo próprio índice da revista The Economist, nos doze meses até outubro 2008. Para entender esse cenário e os possíveis desdobramentos futuros, a leitura desse suplemento em inglês é obrigatória.
Fonte: Padrão