Mudanças na preparação de amostras melhoram análise de teor

Diagnóstico e recomendações para adequação dos atuais equipamentos de preparação de amostras
Túlio de Oliveira Luna, chefe do Laboratório Fundição da Mineração Serra Grande

Em trabalho desenvolvido em parceria com a Universidade de São Paulo – USP, a AngloGold Ashanti apresentou diagnóstico completo do processo de análise do teor de ouro contido no minério. O projeto pretendia, além de aumentar a representatividade das amostras, otimizar o controle de qualidade das operações, os protocolos de preparação de amostras e também reduzir custos com reanálises associadas a erros e repetições.

Segundo o chefe do laboratório fundição da mineração Serra Grande, Túlio de Oliveira Luna, o protocolo de preparação de amostras (britagem e pulverização) da MSG estava dentro dos padrões adequados. “O quarteamento da amostra britada é que gerava muita perda de material. O enviesamento da amostra final ocorre devido à perda de finos pela capela de exaustão e também à perda de material disposto fora das bandejas do quarteador”, explica ele.

Para reduzir as perdas na etapa identificada, a equipe sugeriu a compra de um divisor rotativo tipo Vezin que, além de reduzir as perdas de material, diminuiria o erro de segregação e aumentaria a representatividade das amostras geradas. Outra etapa do processo foi a realização do teste de heterogeneidade, para estimar a massa mínima das amostras e otimizar o protocolo de preparação, definindo o ideal para o laboratório físico. “O cálculo da variância do erro fundamental para o protocolo atual mostra que a etapa crítica é a de quarteamento da amostra primária, sendo responsável por 16,1% do erro associado a análise”, comenta Luna.

A ideia foi a seleção de uma massa maior (1 kg, ao invés de 500 g), já que assim o erro diminuiria de 16,1% para 10,9%, garantindo um desvio total menor que 16%, que é o máximo recomendado para minério de ouro. Uma das técnicas utilizadas, Screen Fire Assay, analisa toda a amostra retida em 140 mesh, a partir de uma massa inicial de 1 kg, além de uma amostra de 50g coletada da massa passante em 140 mesh, resultando em um teor final ponderado. “Depois de todo o estudo e aplicação das técnicas, os resultados foram excelentes. Houve a redução da diferença entre teor de alimentação e teor recalculado e também redução em aproximadamente 60% das repetições para se confirmar o teor”, finaliza.