Comprometida com o desenvolvimento sustentável, a iniciativa reúne os principais  players da mineração no Brasil

A demanda por energia renovável é cada vez maior no mundo e as atividades produtivas  têm desempenhado um papel de liderança na busca por soluções capazes de  impulsionar a transição energética e a redução das emissões de gases poluentes. Por  este motivo, a sede do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), em Brasília, foi palco, na tarde desta quinta-feira (26), de um evento crucial para o futuro da indústria mineral.  Com o propósito de identificar as oportunidades de redução de gases do efeito estufa  nos processos industriais e o incentivo à transição energética, representantes da  mineração assinaram um projeto pioneiro de descarbonização das atividades do setor. 

A iniciativa é promovida pelos principais players de mineração do país, incluindo a  Mineração Rio do Norte (MRN), juntamente com o IBRAM e o Mining Hub, primeiro hub  de inovação aberta do setor de mineração do mundo, em parceria com o governo  britânico. O evento contou com a presença de autoridades dos ministérios do Meio  Ambiente, Minas e Energia, Relações Exteriores e Desenvolvimento, Indústria e  Comércio Exterior, além da Embaixadora do Reino Unido no Brasil, Stephanie Al-Qaq. 

O Projeto de Descarbonização do setor mineral busca identificar oportunidades para  reduzir as emissões de gases do efeito estufa nos processos industriais e criar um plano  de ação para uma transição energética eficaz e coletiva. A MRN será uma das integrantes  da iniciativa, que começará com um estudo setorial completo para entender a lógica do  consumo das indústrias e a criação de um Plano Diretor para a descarbonização do setor  mineral. Envolvendo não somente as mineradoras, mas também governos de estados e  municipalidades, as intuições acadêmicas e de pesquisa, representantes dos mercados  e indústrias do entorno, além da sociedade civil em si. 

O Diretor de Implantação da MRN, Leonardo Oliveira de Paiva, enfatizou que a  assinatura do projeto reforça o compromisso da empresa com a sustentabilidade e a  Agenda ESG (Environmental, Social and Governance ou Sustentabilidade Ambiental,  Social e de Governança Corporativa, em tradução livre). “Nós, que estamos sediados na  Amazônia, estamos empenhados em liderar a transformação para uma indústria de  mineração cada vez mais sustentável. É um compromisso diário que temos com o meio  ambiente e com as pessoas. Nosso mapeamento de emissões de gases do efeito estufa  é uma parte crucial desse compromisso. Acreditamos que é responsabilidade das  empresas líderes do setor impulsionar a mudança e promover um futuro mais limpo e  seguro”, comentou.

Para a MRN, a sustentabilidade das operações é inegociável. “Estamos trabalhando para  descarbonizar as nossas atividades em um futuro próximo. O Projeto de  Descarbonização vai incluir análise de condições do mercado, cenários para a transição  de energia de mineração e maior investimento em inovação. Esperamos ter um modelo  financeiro e de negócios que garanta uma mineração sem perdas na exploração da  bauxita e com um projeto sustentável em nossos empreendimentos”, completou o  executivo. 

Compromisso com a Descarbonização 

A emissão de GEE sempre foi controlada e monitorada pela empresa, que busca  constantemente novas alternativas que promovam sua redução em todas as operações.  Por meio de inventários anuais, são avaliados os impactos dessas iniciativas em diversos  parâmetros e as informações publicadas na plataforma GHG Protocol, da Fundação  Getúlio Vargas (FGV), que em 2022 concedeu a empresa, pela quarta vez, a certificação  na categoria Selo Ouro. 

Além disso, a MRN possui uma série de objetivos para atingir a redução das emissões de  GEE, como a construção de uma linha de transmissão que irá conectar a MRN ao SIN – Sistema Interligado Nacional, dentre outros projetos de pesquisa e desenvolvimento  para suas operações em Porto Trombetas. 

Estrutura do projeto 

Além da MRN e demais players que atuam com a mineração no país, o Projeto de  Descarbonização conta com a participação da Catapult Energy Systems, empresa  reconhecida internacionalmente como uma impulsionadora da transição para uma  matriz energética mais limpa, o IBRAM – Instituto Brasileiro de Mineração e o Mining  Hub, hub de inovação aberta do setor que reúne os maiores players do mercado  nacional de mineração e, com o objetivo de buscar soluções de forma integrada para  desafios comuns ao setor, integrando mineradoras, fornecedores, startups,  pesquisadores e investidores. A entidade conta com 38 empresas associadas, sendo 22  mineradoras e 16 fornecedores. A governança do núcleo é gerida por um representante  da diretoria do IBRAM e três líderes representantes de mineradoras, incluindo a MRN. 

O gestor do escritório de projetos da MRN e representante da empresa no Conselho  Diretor do Mining Hub, Gustavo Lage, destaca o projeto como crucial para o setor de  mineração. “O grande ato deste projeto é pensar a transição energética para a  mineração como um todo e no longo prazo mirando o período de 2030 a 2050. Estamos  pensando não apenas na MRN, mas no Brasil e no legado que a mineração pode deixar  a seu entorno impulsionado pelo projeto de descarbonização, que estimulará novos atores da chamada economia verde. É sabido que a mineração terá papel fundamental  na transição energética como provedoras dos metais para baterias e outros  componentes de transmissão e eletrônicos. No entanto, e mesmo não sendo o setor que  mais emite o GEE, assumimos através dessa inciativa coletiva inédita, o protagonismo  de figurarmos como sendo um dos setores nacionais de referência para adoção de uma  visão e de práticas compartilhadas efetivas para a descarbonização”, detalha. “Serão  necessários múltiplos esforços e soluções inovadoras para abordar as principais fontes  de emissões e descarbonizar, tais como um movimento em direção a fontes  sustentáveis, combustíveis e sistemas de transmissão mais eficientes, bem como uma  mudança para outras opções de processos sustentáveis, tudo em busca do, agora,  objetivo coletivo do setor de reduzir as emissões e chegar ao NetZeto mining”, afirmou.