A essência da excelência produtiva busca patamares elevados de padrão mundial na mineração. Partindo desta premissa, focamos nosso projeto na alta performance da operação de mina, que depende de uma série de fatores, relacionados tanto a características do minério quanto a parâmetros operacionais do ciclo fechado de processo (carga x transporte x descarga).Nosso desafio é buscar o aprimoramento de nossas operações desenvolvendo um modelo confiável e integrado para elevar os padrões de utilização e produtividade à classe mundial de excelência, atuando diretamente do chão de fábrica à gestão, numa estratégia que vise, simultaneamente, motivar a equipe na busca da excelência produtiva e reduzir as perdas e impactos operacionais, de forma clara, simples e objetiva. As etapas adotadas deste projeto, bem como os resultados obtidos serão descritos ao longo deste artigo. A Lundin é uma empresa canadense de mineração diversificada de metais de base, com operações no Brasil, Chile, Portugal, Suécia, Argentina e nos Estados Unidos, produzindo, principalmente, cobre, níquel e zinco.


A aquisição de Chapada (MMIC) pela Lundin Mining foi concluída em 5 de julho de 2019. O projeto inclui a Mina Chapada e o Projeto Suruca, depósitos de cobre-ouro e de ouro, respectivamente. A mina de Chapada está localizada no município de Alto Horizonte, aproximadamente 320 km ao norte da capital goiana e 270 km a noroeste de Brasília. A produção comercial teve início em 2007. Atualmente, a operação consiste na lavra a céu aberto das cavas Norte, Central e Sul, planta de beneficiamento e barragem para disposição de rejeitos. A Planta de Chapada foi projetada para processar minério de sulfeto de cobre a uma taxa nominal de 65.000 toneladas por dia (tpd), totalizando 24,0 milhões de toneladas por ano (Mtpa). Possui, aproximadamente, 750 empregados próprios e 1.300 contratados – cerca de 10% da força de trabalho é composta por mulheres. Considerando as reservas minerais em 2019, a vida útil da mina (LOM) é de 24 anos, mais oito anos adicionais para processar o restante do estoque de minério. A mina opera com duas frotas de carregamento: escavadeira Liebherr 9250 (com capacidade de 1250t/h) e carregadeira Caterpillar 993k (de 900t/h). Para o transporte, utilizamos caminhões Caterpillar 777 (com capacidade de 96 t) e 785 G (capacidade de 153 t). CONTEXTUALIZAÇÃO Inicialmente, identificamos um gap de competência, isto é, variações nos níveis de entregas entrega entre as turmas e equipamentos. Alguns com indicadores muito altos em relação à média, principalmente, as de menor desempenho (2° quartil), o que impacta diretamente na produtividade final da equipe. Este projeto visa nivelar a equipe de operação mina por cima e definir como meta base os melhores indicadores de performance (3° quartil) para construir o nosso “modelo ideal de operações” para as atividades de carga e transporte de mina. Sempre com foco em efetividade na qualidade na operação dos equipamentos. O primeiro indicador foi a utilização física da frota. Trabalhamos as questões de ocorrências e gastos com manutenções de incidentes material, que impactou com 231 h paradas de equipamentos em 2021.
METODOLOGIA APLICADA Utilizamos ferramentas LEAN e 6 Sigma para implantação do projeto e levamos em conta os seguintes princípios: 1) Impacto do projeto no Negócio – Caracterizar o impacto tangível e intangível do projeto – Incluir impacto do projeto em HSSD 2) Sustentação dos ganhos 3) Caracterização do problema e análise do histórico 4) Nível de complexidade e inovação/criatividade do Projeto 5) Principais ferramentas utilizadas: brainstorming; gemba; ishikawa; folhas de verificação; fluxo de processo; balanceamento parque industrial; matriz swot; heijunka; genchi genbutsu; filosofia do poka yoke.

ANÁLISE DO PROCESSO Inicialmente, realizamos o mapeamento e fragmentamos em três frentes de trabalho/raciocínio, destacadas a seguir.


ANÁLISE DE PERFORMANCE DOS ACESSOS E VIAS VITAIS DA MINA: Pela caracterização do planejamento de lavra da mina, Maracá está inerente ao processo pela dinâmica de desenvolvimento de lavra coma a variabilidade dos pontos de carga (lavra), logística (vias) e pontos de descarga (pilhas e britadores). Neste sentido, foi adquirido o V-Box, equipamento de fácil manuseio e rápida instalação, podendo ser utilizado em qualquer equipamento. No nosso caso, utilizamos CAT 785, mapeando a rota produtiva para os seguintes resultados: mapeamento em pontos de estresse na mina, identificação dos gargalos e de oportunidade de ganho, levantamento topográfico para gerar informações para projeto de enchimento/corte/alargamento. Criamos o procedimento e a frequência do mapeamento em consonância com o avanço da lavra. A equipe de infraestrutura focou em minimizar as perdas no tempo de ciclo produtivo.


PERDAS COM OCORRÊNCIAS MATERIAIS: Realizamos trabalho pesado com a equipe no quesito segurança, com um projeto em paralelo de redução dos gastos e ocorrências materiais. Neste, revisamos o fluxo do processo de notificação e identificação de ocorrências, bem como treinamento focado nas ocorrências registras para os equipamentos de carga e transporte. Realizamos campanhas interativas e de reciclagens dos novos operados, bem como a fortificação da análise e checagem das equipes operacionais pelos instrutores, por meio de aplicativos e sistema interligados, com avaliação online da performance e da condição de operação dos equipamentos, otimizando a matriz de habilidades implantada em 2021/2022. Obtivemos uma redução de 64% em horas paradas para correções de ocorrências materiais e uma economia de 56% das despesas desta natureza, realizando os menores valores desde 2014.


IMPLANTAÇÃO DO DBO MINE: Neste momento, sequenciamos o processo com a implantação do DBO_M (Diretrizes Básicas da Operação Mina), que é um conjunto de diretrizes criadas para garantir a realização de operações com segurança, sustentabilidade ambiental, preservação dos equipamentos, qualidade intrínseca nas operações e produtividade, por meio da definição e simplificação da rotina de trabalho, ferramentas e indicadores de desempenho a serem utilizados pelos gestores. Como resultado, melhoramos a performance da equipe em mais de 4%, em média, com resultados satisfatórios e sustentáveis. Nesta fase, montamos os alertas em cada equipamento de acordo com o conceito 80×20 (80% visual e 20% texto), para alinhamento das melhores práticas produtivas e dos possíveis desvios produtivos/segurança, bem como o ideal do modus operandi ideal, em poucos passos que fazem a diferença na produtividade e agilidade das operações, paralelamente na parte inferior da imagem demonstramos os riscos das operações indevidas tanto aqui como em qualquer empresa com equipamentos do mesmo porte. Paralelamente implantamos a rotina de reciclagem de operadores novatos (inferior a um ano na atividade) com revisões após seis meses de aprimoramento, abordando as performances no período e possíveis desvios e consequências. Além disso, qualquer um que se envolva em alguma ocorrência, por menor que seja, também passa pelo aprimoramento para reavivar as melhores práticas e procedimentos.


RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com as ações implementadas, obtivemos resultados surpreendentes, tanto no ponto de vista de segurança como na utilização da frota produtiva. Em um ano, obtivemos ganho na mediana de 4,36 pontos percentuais, o que, com muito orgulho, superamos os padrões de excelência internacional de performance nesta frota. Paralelamente na frota de transporte obtivemos alta performance deslocando a mediana em 2,3 pontos percentuais e o achatamento da variabilidade de utilização saindo de 81,8 em 2021 no 1° quartil para 85,6 em 2022: também atingimos e superamos os padrões de excelência internacional. Com o uso do modelo de produtividade criado, foi feita uma comparação entre dados históricos de produtividade e os previstos pelo modelo. Leia o texto na íntegra no site www.revistaminerios.com.br


AUTORES: Gleidson Rocha, analista sênior na Gerência de Operação de Mina na Lundin Mining Corporation, Fábio Luciano Martins Resende, gerente de operação de mina , Igor Alberto de Melo Souza, coordenador de engenharia mina , Matheus Coutinho Santiago, engenheiro de Mina, Diones Cesar Gonçalves, professor instrutor de ensino e aprendizagem em serviços de mina e Wesley Queiroz Pereira, professor instrutor de ensino e aprendizagem em serviços de Mina