Curiosamente, Moçambique decidiu também arrumar a casa, embora vá um passo à frente no que respeita à exploração mineira diversificada. A semana passada o Ministério dos Recursos Minerais ameaçou anular todas as licenças mineiras dos operadores que não estão em actividade nas áreas concessionadas. Do que se fala é, entre outros, de ouro, cobre, níquel, zinco e chumbo. O carvão de Moatize lá vai, o gás natural também e nas areias pesadas de Moma havia esperança.
A maior empresa mundial de produção de ferro, a brasileira Vale do Rio Doce, afirmou, em Novembro passado, que investiu 250 milhões USD para reactivar as minas em Tete. Contudo, os tempos não estão fáceis e a crise internacional começa a afectar o país.
Mais de 60% do investimento neste sector em 2006 e 2007 disse respeito à Ireland’s Kenmare Resources, que pretende explorar titânio nas areias pesadas de Moma. Mas notícias recentes indicam que esses investimentos estão praticamente suspensos “devido a dúvidas quanto à sua viabilidade económica” (BPI), o mesmo ocorrendo com a construção de uma refinaria pela multinacional Arcelor Mittal.
Soube-se igualmente que a Canada’s African Queen Mines Ltd abandonou os seus planos de extracção de ouro em Braganza, Manica, devido a resultados desapontantes e à crise financeira (uma declaração curiosa de um seu responsável diz que os portugueses fizeram um trabalho eficiente de extracção nesta zona esgotando o maior potencial).
Uma vez mais está à prova o lado frágil de economias baseadas na produção e exportação de matérias-primas: volatilidade e alterações bruscas da procura e oferta no mercado internacional. Entretanto, fui saber do projecto agro-industrial em Gaza que foi objecto de crónica em Setembro de 2007. Continua apenas agrícola porque o fornecimento de energia eléctrica prometido para o mês seguinte ainda vai a caminho…
Fonte: Padrão
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