Augusto Diniz – Rio de Janeiro (RJ)

Quando a Família Real Portuguesa se mudou para ao Brasil, em 1808, uma das bagagens constava uma coleção de minerais. Mas não era qualquer uma. Tratava se de um conjunto de peças catalogado no século anterior pelo renomado geólogo da época e mineralogista alemão Abraham Gottlob Werner (1749-1817).

Por ordem da Coroa Portuguesa, a coleção foi adquirida por Antônio de Araújo Azevedo, 1º Conde da

Barca, junto à Escola de Minas de Freiberg, na Alemanha, onde Werner era destacado cientista e conhecido como fundador da mineralogia moderna.

Abraham Gottlob Werner foi o precursor do método de identificação dos minerais de forma sistemática através das suas propriedades físicas, como: cristalinidade, cor, traço, brilho, tipo de clivagem, fratura e dureza.

A chamada “Coleção Werner” veio para o Brasil por  que havia ordens de Napoleão Bonaparte de confiscá-la durante a invasão a Portugal – segundo consta, algumas peças despertavam especial desejo de Napoleão.

O conjunto de peças minerais foi inicialmente encaminhado à Academia Real Militar, atual Instituto Militar de Engenharia, onde serviu para aulas práticas.

Depois, foi transferida ao Museu Real, em 1819, a primeira coleção científica a compor o acervo do hoje chamado Museu Nacional, onde se localiza a Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro (RJ).

Agora, as peças voltaram a ser expostas no Museu Nacional, em uma sala. São cerca de 60 delas, de diferentes partes do mundo, principalmente de minas de países europeus, esgotadas ou desativadas.

Consta da mostra uma bela drusa de quartzo transparente. E também o cobiçado quartzo rosa, além de
peças de talco, mica com quartzo, calcita, siderita, pirita, prata, fluorita, gipsita, hematita, entre outras, de magníficas formas.

A exposição vale a visita pela relevância histórica. A exposição “Minerais da Coleção Werner” pode ser vista no Museu Nacional de terça-feira a domingo, das 10h às 17h, e às segundas-feiras, das 12h às 17h.