Os contratos futuros de metais básicos se recuperaram na London Metals Exchange (LME), embora os analistas alertem que se trata de um movimento de correção e que esperam a retomada da tendência de baixa na próxima semana.

No encerramento da rodada livre de negócios (kerb) da tarde, os contratos de cobre para três meses subiram US$ 110,00 e fecharam a US$ 6.990,00 por tonelada; os contratos de chumbo para três meses avançaram US$ 51,00 e fecharam a US$ 3.060,00 por tonelada. Os contratos de cobre para três meses sustentaram uma alta para acima de US$ 7 mil por tonelada durante grande parte da sessão, depois de grande declínio nos estoques do metal na Bolsa de Xangai na semana passada que estabeleceu alguma cobertura de vendas a descoberto, disseram traders. O cobre deu um impulso de alta moderado ao restante do complexo de metais básicos, com o zinco também sendo beneficiado por compras de cobertura de vendas a descoberto. Contudo, o atual movimento de alta do cobre não está muito relacionado aos fundamentos do mercado, segundo analistas, o que abre caminho para um declínio adicional na próxima semana. “Ao contrário, parece que está sendo alimentado pelas expectativas de taxas de juro mais baixas, preços de ações mais fortes nos EUA, cobertura de vendas a descoberto e uma situação de estoques ligeiramente mais construtiva em Xangai”, disse Ed Meir, analista do MF Global. A Bolsa de Xangai informou nesta madrugada um declínio de 10 mil toneladas para 34.400 toneladas nos estoques de cobre, segundo relatório semanal divulgado sempre às sextas-feiras. Uma desaceleração da economia dos EUA e o aumento dos estoques na LME ainda são os “dois grandes fatores negativos que podem manter o atual avanço um tanto em cheque”, acrescentou Meir. Os metais não receberam alívio dos pouco claros indicadores econômicos dos EUA, que revelaram um dado de gastos de construção bem abaixo das expectativas e um número de gastos de consumo ligeiramente abaixo das expectativas em outubro. Os gastos em construção caíram 0,8% em outubro, de uma expectativa de declínio de 0,4% dos analistas, refletindo a debilidade do setor de moradia e fraqueza em outras partes do setor privado. O analista da UBS Robin Bhar disse que uma alta do dólar no curto prazo provavelmente vai se somar a pressão de baixa sobre os metais no futuro e, como se espera que alguns grandes nomes de Wall Street atualizem as baixas contábeis relacionadas às hipotecas subprime (financiamentos de maior risco) na segunda-feira, “o fator pânico” pode gerar perdas adicionais. Contudo, o declínio nos estoques de cobre na Bolsa de Xangai e prêmios à vista mais firmes apontam para disponibilidade mais apertada na oferta à vista “que pode ser por causa de compras de caçadores de pechinchas por consumidores/mercadores e fechamento de fundidoras para manutenção de rotina”, disse Bhar. Os contratos de zinco para três meses subiram US$ 75,00 e fecharam a US$ 2.585,00 por tonelada no kerb da tarde, impulsionados pelo declínio de 1.612 toneladas nos estoques da Bolsa de Xangai. Os preços do zinco registraram um firme progresso de alta durante o dia e fecharam no topo da faixa de oscilação, observou Michael Khosrowpour, analista da Triland Metals. Em outros mercados, os contratos de alumínio para três meses caíram US$ 4,00 e fecharam a US$ 2.499,00 por tonelada no kerb da tarde; os contratos de níquel para três meses subiram US$ 140,00 e fecharam a US$ 27.090,00 por tonelada; os contratos de estanho para três meses avançaram US$ 275,00 e fecharam a US$ 17.075,00 por tonelada. Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), os contratos futuros de cobre deram continuidade ao movimento de alta ajudados pelas palavras de Bernanke sugerindo um possível corte no juro nos EUA e compras de pechinchas de chineses, disseram observadores do mercado. Os chineses provavelmente voltaram ao mercado paracomprar o metal depois que os preços caíram abaixo de US$ 3,20 por libra peso recentemente, disse Eric Wittenauer, analista da A.G. Edwards. Os contratos de cobre para março subiram 9,05 cents (2,93%) e fecharam a US$ 3,1845 por libra peso. Os futuros de ouro e prata, por outro lado, deram continuidade ao movimento de baixa na Comex, com alguns traders atrelando isso a uma realização de lucro especulativa de final de ano no primeiro dia de notificação para os contratos para dezembro, mas com o mercado também pressionado pelo declínio dos preços do petróleo e recuperação do dólar. “É apenas uma realização de lucro de final do ano”, disse um dealer. “Os contratos para dezembro tiveram o primeiro dia de notificação, portanto, as pessoas começaram a liquidação ao longo do curso desta semana antes da rolagem (de posições). Nenhum fundamento mudou”, acrescentou. Os contratos de ouro para dezembro caíram US$ 13,10 (1,65%) e fecharam a US$ 782,20 por onça-troy; os contratos de ouro para fevereiro recuaram US$ 13,20 (1,65%) e fecharam a US$ 789,10 por onça-troy. Os contratos de prata para dezembro caíram 27,4 cents (1,92%) e fecharam a US$ 13,963 por onça-troy; os contratos de prata para março recuaram 28 cents (1,94%) e fecharam a US$ 14,165 por onça-troy.
Fonte: Padrão