As características da Flyingbelt a tornam uma opção melhor em relação ao impacto no meio ambiente local
Equipamento instalado no ano passado, conforme noticiado por Minérios & Minerales, possui 7,2 km de extensão e reduz drasticamente o impacto ambiental para transporte de calcário
Guilherme Arruda
A LafargeHolcim deve iniciar em maio o funcionamento da Flyingbelt, sistema de correia transportadora aérea. O equipamento, com extensão de 7,2 km, faz parte do projeto de expansão da unidade de Barroso, em Minas Gerais, que elevará a produção anual de cimento de 1,3 milhão t para 3,6 milhões t. No total, a companhia está investindo cerca de R$ 1,7 bilhão na construção de nova fábrica, que engloba também a abertura de uma nova mina de calcário, a instalação de um amplo conjunto de moinhos, alto-fornos, britadores, filtros, entre outros equipamentos.
Com a “correia voadora”, fornecida e instalada pela italiana Agudio, a empresa fará o transporte de calcário extraído na Mina de Mata do Ribeirão, localizada no município de Prados (MG), até a unidade de britagem secundária, inserida no perímetro da antiga mina Capoeira Grande, localizada ao lado da planta em Barroso.
De acordo com informações da empresa, por ser uma correia aérea, a estrutura de sustentação é drasticamente menor, o que reduz o impacto ambiental ao longo de sua extensão. Além disso, a empresa considera que o sistema oferece um transporte limpo e seguro, visto que o material só tem contato com uma das superfícies da correia. Em correias tradicionais, ele tem contato com as duas superfícies e há risco de queda de material fino quando a correia retorna.
A taxa de enchimento da correia será em torno de 40% com minério de granulometria até 250 mm. Serão transportadas cerca de 1.500 t/h, a uma velocidade de 4,1 m/s, para abastecer a produção ampliada da unidade de Barroso. O sistema, que pode seguir curvas quando instalado sobre o solo, apresenta consumo nominal de 1890 KW. A estrutura é composta por quatro cabos de sustentação, separados a intervalos de 1,5 m de altura x 2,0 m de largura.
A correia é posicionada sobre seis roletes no percurso de ida à planta e sobre dois roletes na volta à mina, sendo coberta para proteger o material transportado de chuvas e fatores externos. Na chegada do calcário à estação de carregamento, a correia é virada em 180° para despejar o material em sua totalidade e promover um desgaste igual de ambas as faces. A própria equipe de fábrica fará a manutenção da correia. Apenas em grandes paradas da planta haverá suporte de empresa terceirizada.
Os principais itens a serem trocados a prazos regulares são roletes, lubrificantes e rolamentos. Com o tempo e dependendo do desgaste monitorado, será necessário realizar a troca de cabos de aço, a correia e eventualmente as estruturas metálicas. Para facilitar as atividades de reparo, os funcionários da cimenteira irão utilizar quatro carros especiais que se deslocam lateralmente pelo trajeto da correia, sendo tracionados por um anel de cabo independente.
No campo do monitoramento, os sistemas de controle instalados são intertravados entre os equipamentos que fazem parte do sistema de transporte, sensores de desalinhamento e sensores de parada de emergência. Além disso, está prevista a instalação de câmeras ao longo da sua extensão.
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