Esta edição da Minérios & Minerales traz estudos de três mineradoras — CSN, através da mina Casa de Pedra; AngloGold Ashanti, na mina de Cuiabá; e as minas de fosfato da Anglo American—que mostram como os gestores dessas operações avaliaram os fatores humanos e outros intrínsecos das atividades de produção nas minas e plantas, ajustaram a abordagem e os processos, para maximizar os resultados.
A gerência da Casa de Pedra lida com quatro regiões de lavra — Corpo Principal e Corpo Oeste, lavradas em cava; Corpo Norte e Serra do Mascate, com lavras em encosta — empregando uma frota de 48 caminhões de mineração de 136 t, 221 t e 234 t, carregados com escavadeiras e carregadeiras. O contingente de operadores se divide entre os considerados experientes, os em desenvolvimento e que estão em treinamento. A falta ou insuficiência de supervisão, ao lado de imperícia ou práticas inadequadas dos operadores, são os principais fatores que impedem uma melhor produtividade da frota. Os estudos comprovaram que o fator fadiga exerce importante papel, bem como a preocupação com a proximidade de equipamentos menores, por motivo de segurança, que pode ser solucionado com sistema de detecção automática. O treinamento e reciclagem dos operadores é um recurso eficaz e traz retorno mensurável.
A mina de Cuiabá da AngloGold introduziu um novo sistema de gestão da frota de lavra em 2013, por causa da reduzida produtividade no período de 2007 a 2010 provocada pela disponibilidade física insuficiente dos equipamentos e baixa moral da equipe. Ao adotar estudos de Life Cycle Cost no dimensionamento da frota de equipamentos móveis, houve uma economia de Capex e Opex em torno de R$ 30 milhões no período de 18 meses, entre 2013 e 2015, ao permitir adiar a compra de oito máquinas novas e desativar sete unidades da frota em operação. Os resultados efetivos levaram a mineradora a introduzir o mesmo sistema de gestão em todas as suas operações no País.
A Anglo American desenvolveu um sistema de gerenciamento e rotina diária para suas minas de fosfato que foi bem recebido pela gerência e áreas operacionais, cujos responsáveis elogiaram a interface amigável e a rapidez na geração de relatórios com acesso simultâneo. O sistema eliminou ainda mais de 90% das planilhas — 187 documentos – e a ocorrência de erros sistemáticos. Reduziu em 50% o tempo de preenchimento de informações operacionais, otimizou o fluxo de informações através da não repetição e inserção automática de dados. Permite também o acesso remoto através de webpage.
A gestão on line dos indicadores fez parte de um conjunto de melhorias que elevou a produção de minério de fosfato britado em 14%, em menos de dois meses, nas suas minas.
Pelos exemplos acima, vimos que a frota de equipamento móvel ou a planta de tratamento de minério — representando aqui de forma simplificada a tecnologia adotada — somente conseguem realizar a sua potencialidade produtiva quando geridos por processos e gestores competentes.
Últimos Comentários