A paralisação das atividades, há duas semanas, das 11 mineradoras que extraem areia no Distrito Industrial de São Luís poderá causar um colapso no setor da construção civil maranhense e até mesmo interromper obras públicas como as do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a recuperação das vias públicas em São Luís.

“Com prenúncio da falta de areia, a cadeia produtiva da construção civil, maior geradora de emprego no estado, poderá ser a grande prejudicada”, adverte o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Maranhão (Sinduscon), João Alberto Mota Filho.

A exemplo das empresas mineradoras, o Sinduscon está preocupado com o desemprego que poderá ocorrer em virtude da paralisação das atividades de extração nas jazidas de areia. “Se o problema não for solucionado logo, teremos desemprego em massa”, alertou João Mota Filho.

Até 2007, para extraírem areia na área, bastava às mineradoras apresentar ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) documentos de autorização expedidos pelas secretarias municipais de Terras Habitação e Urbanismo (Semthurb) e de Meio Ambiente (Sema). Ocorre que as jazidas de areia estão localizadas no Módulo F Sul, área de retroporto e considerada estratégica pelo Governo do Estado para a instalação de grandes projetos industriais.

Por considerar a área destinada à atividade industrial, o governo enviou ofício ao DNPM requerendo daquele órgão que não liberasse nenhuma outorga para extração de areia, sem a devida anuência da Secretaria de Estado de Indústria (Sinc).

Ontem, mineradores e dirigentes do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Maranhão (Sinduscon) reuniram-se com o secretário de Estado de Indústria (Sinc) e Comércio, Júlio Noronha, para discutir o problema.

Na oportunidade, os mineradores, por meio do Sinduscon, se comprometeram a apresentar à Sinc um projeto de recuperação da área degradada pela extração de areia, no sentido que possam continuar desenvolvendo suas atividades e, no futuro, garantir a instalação de indústrias na área.
Fonte: Padrão