No segmento de mineração a internet das coisas já começa a ser realidade. O tema será um dos destaques da programação do 17º Congresso Brasileiro de Mineração, encontro realizado simultaneamente com a Exposição Internacional de Mineração (Exposibram). O evento, promovido pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), ocorrerá entre os dias 18 e 21 de setembro, em Belo Horizonte (MG).

Para Constantino Seixas Filho, diretor geral da Accenture e palestrante do evento, a Exposibram é o fórum ideal para debater as inovações e as necessidades da indústria de mineração. “É o momento de discutir como agilizar a modernização do processo produtivo, buscando aumento de eficiência e de competitividade das empresas brasileiras. AIndustry X.0se coloca como uma solução para diversos problemas desse segmento,mas o tema ainda precisa ser melhor disseminado.É imensa a desinformação sobre o potencial das novas tecnologias”.

Palestrante no painel “A Digitalização Iminente e a Internet das Coisas na Mineração”, Constantino acredita que o evento será uma oportunidade para mostrar a todos os atores presentes que há caminhos viáveis quando o assunto é tecnologia e que outras empresas já estão trilhando.

O impacto da IIoT(industrial internet of things) na área mineral é muito grande e se dá em diversas dimensões. O connected mine é um exemplo disso. “A solução de mina conectada visa colher informações de todos os sistemas produtivos, da mina ao porto, armazená-los na nuvem, realizar data analytics de forma centralizada e, depois, distribuir o resultado para todos os gerentes e operadores da cadeia de produção, por meio de tablets”, explica Constantino.

Outro exemplo é o connected worker. Por meio de aparelhos eletrônicos com internet como óculos, celulares e tablets, o operador de campo pode executar um trabalho com mais agilidade, segurança e qualidade.“Imagine ter que realizar uma manutenção de campo e dispor de todos os documentos em formato digital em um tablet, incluindo diagramas P&IDs, procedimentos de manutenção de calibração de uma balança ou de inspeção de campo. A ineficiência dos processos de campo sem esse tipo de assistência é enorme. Agora e possível reduzir uma atividade que levaria dias a alguns minutos”, detalha.

Para Constantino, a implementação de novas tecnologias no setor industrial tem muitos desafios a serem enfrentados. O primeiro e maior deles é realizar a chamada convergência IT-OT, isto é, a junção dos sistemas de TI com os sistemas de operação. “Enquanto essa governança não for unificada e as arquiteturas não forem integradas, teremos dificuldades para evoluir na velocidade que a revolução digital exige. Também precisamos de investimentos na infraestrutura. Esse desafio tem que ser enxergado como um compromisso da organização e não de uma área operacional, que precise implantar um projeto para ganhar produtividade”, afirma.

Fonte: Redação MM